Entrevista realizada com a Coordenadora do Doutorado em Museologia e Patrimônio do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e do Museu de Astronomia e Ciências Afins, Brasil, Professora Doutora Teresa Cristina Moletta Scheiner, em diálogo sobre as origens e práticas de ensino e investigação do primeiro programa de pós-graduação brasileiro dedicado às áreas da Museologia e do Patrimônio com o único doutorado em Museologia reconhecido no país, bem como na América do Sul. Através da entrevista são levantados os desafios e as perspectivas nacionais e internacionais deste pioneiro e promissor programa de pós-graduação no pensar e fazer entre as relações sobre Museologia, Patrimônio e Sociedade, no âmbito da área Comunicação e Informação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação do Brasil.
Resumo A implantação e a musealização de parques e de áreas de proteção ambiental não são processos de construção simbólica absoluta, isentos de contradições. Como ocorre nos procedimentos de patrimonialização, o método que justifica escolhas ou estabelece hierarquias é sempre restrito ao olhar específico, especializado e temporal. Como um fio condutor preconcebido, a proteção e a comunicação do espaço direcionam a determinadas percepções, normalmente fragmentadas. Não são procedimentos neutros, já que carregam valores, conhecimentos e paradigmas dos responsáveis por esses movimentos. Raramente levam à divergência de percepções, tendendo à homogeneização de um pensamento formalmente aceito em determinado espaço-tempo, nem sempre contextualizado sob suas tensões e potencialidades originais. Este artigo propõe discutir algumas questões que permanecem atuais, e que geram desconforto nos processos de proteção e de musealização de parques, áreas, territórios e paisagens associados às políticas de preservação ambiental ou de patrimônio natural. Entre essas questões, destacam-se as noções de espetacularização, mitificação, sustentabilidade e branding. É possível musealizar a natureza ou apenas a paisagem? O que distingue esses dois conceitos? Para tentar responder a essa e outras questões, são apresentadas aproximações e distinções ético-filosóficas, associadas aos processos de preservação ambiental e de patrimônio integral, sob a perspectiva de sua epistemologia histórica.
Resumo As categorias ‘casa histórica’ e ‘museu-casa’ começaram o seu percurso na Europa, nos EEUU e na América Latina nos séculos XVIII, XIX e XX, respectivamente. Essa trajetória as conectou, pois, para a criação de um museu-casa, era usada geralmente uma casa histórica. A discussão sobre essas categorias qualificou-se em vários países por quase nove décadas – de 1934 ao presente –, com o papel exercido por distintas entidades e teóricos da Museologia e do Patrimônio, o que contribuiu para o desenvolvimento conceitual e a sua diferenciação, principalmente nos últimos vinte e cinco anos. Apesar desse avanço, ainda existem pesquisadores que usam esses termos como se fossem sinônimos. Casa histórica é um imóvel geralmente não aberto ao público, excepcional por suas características e que pode conservar ou não seus interiores, enquanto museu-casa é uma casa musealizada que necessita de um processo posterior ao da casa histórica para poder potencializar e visibilizar os valores do prédio, atuando como museu, ou seja, fazendo com que espaços criados para uso privado se tornem lugares públicos de exibição. A compreensão destas diferenças e similitudes resulta crucial na hora da abordagem museológica porque envolve discussões em torno da concepção do bem patrimonial.
Apresentação do dossiê Museus, Muselogia, Comunicação e Recepção
O artigo aborda a implantação da realidade aumentada em exposições museológicas e discute as melhores práticas para sua aplicação. Parte da conceituação labiríntica do termo virtual, base para trabalhar o conceito de realidade aumentada, e discute como a materialidade da exposição e sua linguagem própria relacionam-se com a virtualidade e as tecnologias digitais. Considerando a teoria do leitor contemplativo de Lúcia Santaella, tece um paralelo entre a leitura do livro e a leitura da exposição. A partir destes elementos discorre sobre aplicações recentes de RA em museus e comenta como essa tecnologia pode ser empregada para agregar valor à exposição sem, contudo, alienar o visitante do seu entorno.
As publicações, especialmente os livros, sobre Museologia têm uma função importante na institucionalização dessa área. São essas fontes primárias que orientam estudantes, professores e pesquisadores sobre suas consolidações teórico-metodológicas.No âmbito da Museologia encontram-se ações de pesquisa e de qualificação profissional que, nos últimos anos, têm testemunhado um crescimento significativo, inclusive em termos qualitativos, de publicações em livros sobre suas principais tendências.Esse crescimento editorial tem uma vinculação direta ao fato de que houve um investimento nítido na formação de mestres e doutores em Museologia em várias Regiões do Brasil.É nesse cenário que se destaca a concessão do título de Doutor Honoris Causa à museóloga argentina Nelly Beatriz Decarolis ofertado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e que reconhece os seus esforços na institucionalização da Museologia no Brasil.Tem-se, nesse contexto, a inserção desta obra intitulada "Museus e Museologia na América Latina: compartilhando ações para a pesquisa, a qualificação profissional e a valorização de estratégias inclusivas". A professora Teresa Cristina Scheiner e o professor Marcus Granato, organizadores desta obra, conseguiram um significativo feito de reunir autores que discutem aspectos relevantes da Museologia, a saber: seus impactos científicos, sociais e profissionais.Por isso, é notável que o subtítulo deste livro não seja fortuito -compartilhando ações para a pesquisa, a qualificação profissional e a valorização de estratégias inclusivas, pois se trata de ações que resultam em impactos necessários para uma área que se consolida e se expande cada vez mais.Nesse sentido, os capítulos deste livro foram reunidos evocando três aspectos e, além disso, escritos por teóricos e profissionais que têm se dedicado a compreender os principais fundamentos epistemológicos e empíricos da Museologia a partir de suas teorias e experiências, a saber: 1) Pesquisa, Práticas e Políticas Públicas para museus na América Latina e Caribe, 2) Sobre a Definição de Museu, e 3) Relatos de Experiências.Essa preocupação dos organizadores foi observada a partir dos aspectos que compõem a Museologia, ou seja, seus aspectos teóricos e conceituais, bem como as experiências profissionais. Nos capítulos deste livro, cada autor possui uma visão que abarca um desses aspectos, tornando esta obra um veículo instigante de aprendizado.Além disso, destaca-se a importância do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio (UNIRIO-MAST) em apoiar uma publicação dessa envergadura.Portanto, convido a todos a uma viagem instigante que se apresenta nas próximas páginas desta primordial obra.
O texto aborda as transformações do cenário global nas últimas duas décadas, pontuando a emergência do fenômeno conhecido como hipercultura. Analisa os modos e formas como os museus se apresentam no cenário hipercultural, fazendo algumas inferências sobre como poderá se configurar o “museu do século 21”. Comenta o impacto da pandemia do COVID19 sobre os museus, especialmente os museus tradicionais; e apresenta alguns aspectos que poderão vir a ser transformadores, no cenário “pós-pandêmico”, para os museus e a Museologia.
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