Os espaços dos bebês na creche: o que dizem os documentos do Ministério da Educação

Abstract

O objetivo do presente artigo é apresentar um levantamento sobre o que dizem os documentos oficiais brasileiros do Ministério da Educação (MEC), a respeito da temática dos espaços dos bebês na creche. Para tanto, foi realizada pesquisa documental no sítio oficial do MEC, a partir de aportes metodológicos da pesquisa bibliográfica e da análise de conteúdo. Como resultados, identificou-se que todos os nove documentos analisados fazem referência aos espaços para a educação infantil como um todo (de 0 a 5 anos) e cinco deles fazem referências especificamente aos espaços dos bebês (de 0 a 1 ano e meio). Estes resultados demonstram com relação à temática estudada, que a categoria bebê vem ganhando expressividade nos documentos que orientam a educação nacional.

Os espaços de berçário em contexto de creche e o seu potencial educador

“…Entretanto, é importante salientar que nem todos os estudos são inéditos, uma vez que verificamos que alguns dos artigos são parte de uma pesquisa mais abrangente -os artigos de Cocito (2018), Cocito e Marin (2017) e Cocito e Marin (2018) estão vinculados à dissertação de mestrado de Cocito (2017); o artigo de Masson e Fernandes (2020) à dissertação de mestrado de Masson (2019); o artigo de Moreira (2013) à tese de doutorado de Moreira (2011) e o artigo de Portugal, Gabriel e Piccinini (2019) à Portugal (2015).…”

“…Quase a totalidade dos estudos -23 dos 29 estudos incluídos -constatam a importância do espaço como elemento pedagógico, defendendo que a forma como o espaço é organizado reflete, consciente ou inconscientemente, a concepção de criança, de infância e de educação da instituição e dos professores, considerando ainda que os espaços podem tanto ser estimulantes como limitadores. Essa visão está presente nos estudos de Andrade (2015), Cocito (2018), Cocito (2017), Cocito e Marin (2018), Couto (2012), Endlich (2017), Horn (2017), Lemes (2012), Malvezzi e Strang (2015), Masson (2019), Masson e Fernandes (2020), , Moreira (2011), Moreira (2013), Moreira e Souza (2016), Portugal (2015), Portugal, Gabriel e Piccinini (2019), Rosa (2019), Silva e Ramalho (2020), Silva (2018), , Sodré e Santana (2018) e Zanatta (2016).…”

“…Isso, acreditamos, dá-se devido às reminiscências do contexto histórico que aproxima educação infantil ao assistencialismo e ao sanitarismo, sobretudo nas turmas de berçário, na qual as crianças são comumente vistas como sujeitos passivos. Os estudos que destacaram essa visão foram desenvolvidos por Andrade (2015), Araújo (2020), Brasil (2016), Cocito (2017), Endlich (2017), Lemes (2012), Malvezzi e Strang (2015), Masson (2019), Mendes, Lima e De Marco (2015), Moreira (2011), Moreira (2013), Moreira, Rosa e Devêza (2016), Moreira e Souza (2016), Portugal (2015), Portugal, Gabriel e Piccinini (2019), Rocha (2018), Silva (2018), , Sodré e Santana (2018) e Zanatta (2016).…”

“…Entretanto, desses 20 trabalhos, 2 partiram de análises exclusivamente teóricas: são os trabalhos de Cocito (2017) e Masson (2019). Lemes (2017) destaca que os(as) professores(as) têm que saber fundamentar suas escolhas pedagógicas para pais e gestores e, apesar de ser muito importante, cabe ressaltarmos a preocupação em não gerar o isolamento do(a) professor(a) nos enfrentamentos do que está posto.…”

Construção de vínculos com as professoras no processo de transição com início de frequência de bebês em instituições de educação infantil

“…al., 2016). O principal relevo se refere ao fato de que, dentre os documentos citados, é a primeira vez que o bebê aparece destacado do restante da faixa etária da Educação Infantil (Masson & Fernandez, 2020). Há uma divisão etária em que se estabelecem especificidades e metas para três faixas etárias da Educação Infantil: a creche compreende as fases do bebê (zero a um ano e seis meses) e da criança bem pequena (um ano e sete meses até três anos e onze meses), e a pré-escola abrange as crianças pequenas (dos quatro anos até cinco anos e seis meses).…”