Em função do caráter deliberativo, os Conselhos de Saúde (CS) são instâncias privilegiadas de participação social por meio da representação política. Entretanto, há inúmeras evidências científicas que apontam dificuldades no exercício da representação conselhista. O objetivo deste artigo foi compreender a noção de representação política que orienta a atuação dos conselheiros. Trata-se de um Estudo de caso, conduzido através de entrevistas semi-estruturadas com os membros do Conselho Municipal de Saúde de Viçosa, Minas Gerais, no período de abril a junho de 2012. Os depoimentos foram analisados por meio de “Análise Temática”, conforme procedimento proposto por Bardin (2008). Em relação ao contexto de estudo, os resultados demonstraram distanciamento dos pressupostos teóricos da representação política revelando situações de defesa de interesses particulares em detrimento de interesses coletivos, desconhecimento e/ou omissão das demandas das bases de representação e incipiente articulação com as mesmas. Em acréscimo, observou-se que os instrumentos e mecanismos accountability e responsabilização, responsáveis pelas sanções no sistema de tradicional de representação política parlamentar, revelaram-se inadequados para a realidade do CS, comprometendo a integralidade da representação política e, por conseguinte, da participação social.