Resumo: O objetivo do presente artigo é analisar as narrativas de história da ciência política brasileira partindo da pergunta “onde estão as mulheres?”. Para tal, a pesquisa toma como base indicadores bibliométricos do Google Scholar e seleciona o conjunto de textos mais citados sobre o tema. Os resultados mostram que os artigos que obtiveram maior impacto na comunidade acadêmica subestimam a participação feminina na fundação da disciplina, tendo limitações como a total ausência de menção a mulheres ou a referência ao grupo de modo marginalizado. Ambos os tratamentos não encontram respaldo em evidências empíricas sobre a institucionalização da área no país. Soma-se a isso a falta de indicações das desigualdades de gênero como um problema a ser enfrentado no campo científico. Não há, portanto, um estranhamento em observar a ciência política somente como um mundo masculino.