FR. Dans le contexte de crises à répétition et de remise en question du projet politique communautaire, cet article s’intéresse au rôle des acteurs du monde de l’information européenne dans la mise en récit et la légitimation de l’Europe dans les médias. Plus particulièrement, on étudiera ici les processus de production de l’in- formation politique à l’occasion de la réunion du Conseil européen. En appliquant le concept de monde social (Becker, 1983) à l’information européenne, nous avons analysé les interactions entre acteurs et les conventions qui régissent ce « microcosme coupé du monde ». Dans cet espace régi par ses propres normes et dont l’accès est fortement contrôlé, les journalistes sont les médiateurs de l’Europe politique à destination des citoyens. Ils se retrouvent ainsi entre l’Europe et l’Etat-nation, dans un jeu de concurrence informationnelle entre acteurs politiques communautaires et nationaux. Nous avons montré que c’est dans les interactions entre acteurs (à la fois de concurrence et de coopération) que se jouent les processus de mise en forme et de légitimation de l’Europe politique dans et par les médias. C’est également dans ces interactions que l’on peut observer l’émergence de certaines pratiques transnationales de production de l’information européenne. Les données présentées dans cet article ont été récoltées lors d’une enquête de terrain de plusieurs années réalisée dans le cadre d’une thèse de doctorat sur les mondes sociaux transnationaux du journalisme européen. Cette contribution se base en particulier sur le récit détaillé d’une observation participante réalisée lors du Conseil européen du 9 et 10 mars 2017, ainsi que sur des entre- tiens réalisés avec des journalistes et des communicants et sur un corpus de documents récoltés lors de l’observation et dans le cadre de mes recherches (articles publiés par des journalistes, notes d’information, communiqués de presse).
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EN. In the context of repeated crises and questioning of the EU’s political viability, this article focuses on the role of European newsmakers in narrative creation and legitimisation of Europe in media. In particular, this paper will examine the political news production process at the European Council summit. By applying the concept of the social world (Becker, 1983) to European news, we analysed the interactions between actors, and the conventions that govern this “microcosm cut off from the world.” In this realm governed by its own standards and with highly controlled access, journalists serve as intermediaries between political Europe and its citizens. In this role, they find themselves caught in a news competition game between the EU and national poli- tical players. We show that it is in the interactions between actors (both competitive and cooperative) that the processes of shaping and legitimising political Europe in and through the media are played out. It is also in these interactions that we can observe the emergence of certain transnational practices in the production of European news. The data presented in this study was collected during a multi-year field survey carried out as part of a doctoral thesis on the transnational social worlds of European journalism. This paper is based on the detailed account of a participant observation at the European Council summit on March 9 and 10, 2017, as well as interviews with journalists and newscasters and a corpus of documents collected during the observation and in the course of the author’s research (articles published by journalists, information notes and press releases).
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PT. No contexto de crises repetidas e do questionamento do projeto político comu- nitário europeu, este artigo centra-se no papel dos atores do mundo da infor- mação europeia na narrativa e na legitimação da Europa nos meios de comunicação. Mais particularmente, vamos estudar aqui os processos de produção de informação política por ocasião da reunião do Conselho Europeu. Aplicando o conceito de mundo social (Becker, 1983) à informação europeia, analisamos as interações entre os atores e as convenções que regem esse « microcosmo distante do mundo real ». Neste espaço, regido por seus próprios padrões e cujo acesso é fortemente controlado, os jornalistas são os mediadores da Europa política para os cidadãos. Encontram-se assim entre a Europa e o Estado-nação, num jogo de concorrência informacional entre atores políticos comunitários e nacionais. Mostramos que é nas interações entre os atores (tanto da concorrência quanto da cooperação) que os processos de formação e legitimação da Europa política na e pela mídia se desenrolam. É também nestas interações que se pode observar a emergência de certas práticas transnacionais de produção do noticiário sobre a Europa. Os dados apresentados neste artigo foram coletados durante uma pesquisa de campo de vários anos conduzida como parte de uma tese de doutorado sobre os mundos sociais transnacionais do jornalismo europeu. Esta contribuição baseia-se, em especial, na descrição detalhada de uma observa- ção dos participantes realizada no Conselho Europeu de 9 e 10 de março de 2017, bem como em entrevistas com jornalistas e comunicadores e num conjunto de documentos recolhidos durante a observação e como parte da minha pesquisa (artigos publicados por jornalistas, notas informativas, comunicados de imprensa).
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