RESUMOTema: a habilidade de reconhecimento do próprio desvio de fala e sua possível relação com o processamento auditivo em crianças com diagnóstico de desvio fonológico. Procedimentos: participaram do estudo oito sujeitos com diagnóstico de desvio fonológico e idades 5:0;26 e 7:7;2. O sistema foné-tico/fonológico foi avaliado por meio do instrumento -Avaliação Fonológica da Criança. Aplicou-se ainda o teste de consciência do próprio desvio de fala, o qual tem por finalidade fazer com que a criança ouça e julgue os desvios existentes em sua própria fala. Para avaliação do processamento auditivo, utilizou-se a Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo (Triagem), e os testes especiais de Fala no Ruído e o Teste de Dissílabos Alternados. Resultados: todos os sujeitos obtiveram resultados abaixo do esperado, com valores abaixo de 50% do valor máximo possível nos testes de processamento auditivo. Quanto à consciência do próprio desvio de fala, todos os sujeitos apresentaram esta habilidade, mas em valores bastante variáveis ainda que o desempenho dos testes do processamento auditivo não tenham sido satisfatórios. Este achado sugere que as crianças neste período (5-7 anos), mesmo apresentando dificuldade para entender ou interpretar o que ouvem, são capazes de perceber os erros que apresentam na fala. Conclusão: a consciência do próprio desvio de fala está presente nos sujeitos com desvio fonológico, independentemente do desempenho apresentado em tarefas do processamento auditivo.
DESCRITORES:
INTRODUÇÃOOs desvios fonológicos são alterações de fala sem etiologia orgânica aparente, em que há desordem linguística na representação mental dos sons da fala 1,2 . Assim como no desenvolvimento fonológico típico, nos desvios fonológicos é possível encontrar indícios de um conhecimento fonológico da língua-alvo, maior, mais maduro e mais adequado, do que esses sujeitos são capazes de evidenciar nas suas produções [3][4][5] .Existem crianças com desvio fonológico que podem ter consciência da sua fonologia desviante, o que demonstra que elas podem ter acesso a representações fonológicas normais. Essa consciência leva as crianças a fazerem tentativas de transmitir o sentido correto das palavras, o que não quer dizer