Este artigo refere-se a um recorte adaptado da tese de doutorado do autor. A discussão aqui apresentada diz respeito a reflexões feitas a partir da aproximação entre Geografia e Cinema. Esse foi um diálogo que teve como principal amparo imaginativo a ideia de que a experiência de ver filmes no mundo contemporâneo é uma experiência geográfica. Assumimos, portanto, o filme como uma obra da cultura e, nesse sentido, é onde a Geografia Contemporânea entende que está a potência para uma interlocução produtiva: na força política da produção de subjetividades e formas imaginativas, ou seja, os filmes estão a nos dar marcas, maneiras, grafias, geo-grafias para explicar/entender o mundo. O percurso aqui realizado fala sobre como as imagens do filme A Vila, apontaram para a produção de uma forma de imaginar (política) o espaço a partir de alguns elementos do pensamento utópico. Ao aproximarmos essas duas formas narrativas, estamos, por assim dizer, tecendo uma geografia do filme.