O olhar do Flâneur: uma cartografia da Atenção Básica à Saúde

Abstract

À luz da cartografia, apresentamos narrativas criativas, críticas e reflexivas de personagens que produzem a Atenção Básica (AB) em um território empobrecido de uma cidade do sul do país. Adotamos um devir-flâneur, cuja criação resulta da leitura da cidade e dos habitantes, tentando decifrar os sentidos da vida urbana. As narrativas foram construídas por meio da relação estabelecida com usuários e trabalhadores durante a imersão no serviço e no território da AB. Utilizamos o portfólio como ferramenta de registro dos acontecimentos, símbolos, pensamentos e afetações. Com o olhar atento sobre a micropolítica do trabalho e dos afetos, foi possível compreender as limitações e potências da AB, a produção do cuidado, as desigualdades, as dificuldades, os problemas, os medos e a resistência que reside em cada um de nós, cujas estratégias possibilitam criar, no cotidiano da vida, um outro mundo possível.

Agentes comunitarios de salud: ¿cómo articular esta estrategia en el contexto chileno?

“…Pero, para la salvación de las almas, la élite necesitaba a los desposeídos. Esto configuraba una relación de mutua dependencia que legitimaba la participación del voluntariado civil, tanto dentro como fuera de la iglesia, al punto que llegó a configurar la "matriz caritativa tradicional" de atención al necesitado 9 . Este proceso tuvo un impacto tal, que daría lugar a las primeras profesiones sanitarias femeninas, que a medida que se institucionalizaban en la estructura estatal se unirían al gran movimiento asociacionista de mediados de siglo, influyendo en las políticas públicas y desplazando al voluntariado en salud, aunque lejos de substituirlo 11 .…”

Cartografia no contexto da Estratégia Saúde da Família: Caminhos possíveis a partir do georreferenciamento

“…Para coadunar com essa percepção alguns autores suscitam que é na perspectiva da micropolítica que surgem e circulam possibilidades que compõem os processos de produção cuidado nos territórios sanitários, favorecendo com que os sujeitos do cuidado se encontrem e se responsabilizem por essa produção (Guattari & Rolnik, 2011;Ferla, 2017;Santos & Ceccon, 2021;Silva et al, 2021).…”

Cartografia da produção do cuidado na Estratégia Saúde da Família

“…É no espaço da micropolítica e no processo de produção desejante que acontece o encontro desses sujeitos, no qual são construídos graus de implicação com a aposta do PSF (que, posteriormente, passa a ser denominado Estratégia Saúde da Família), contribuindo para o que pode ou não ocorrer. Este plano de relações que se situa no terreno do desejo é o campo dos agenciamentos, em que circulam possibilidades de produção do cuidado nos territórios (Guattari & Rolnik, 2011;Ferla, 2017;Santos & Ceccon, 2021).…”