RESUMO: Este artigo, por meio de uma investigação bibliográfica, revisita algumas discussões oitocentistas presentes na obra O Guarani, publicada por José de Alencar ao longo do ano de 1857, evidenciando a estreita relação entre o projeto indigenista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), na segunda metade do século XIX, e os modelos indígenas "alencarianos". Partindo das reflexões historiográficas de Guimarães (1988) e Moreira (2010), compreende-se que as querelas do IHGB, sob os auspícios do II Reinado, balizavam, sobremaneira, três tópicos: 1) o lugar do indígena no território nacional; 2) a legitimação do Império e do legado português; e 3) a miscigenação. Sob o conceito de "interdiscursividade", sistematizado por Maingueneau (2014), portanto, aqui se apresentam quocientes de um estudo interdiscursivo, cuja questão norteadora é a influência da historiografia em um romance indigenista.