O novo normal da Odontologia: revisão das recomendações para retomada da assistência odontológica durante a pandemia da COVID-19

Abstract

Objetivo: este artigo tem como objetivos identificar as recomendações para a retomada dos atendimentos odontológicos eletivos após surto epidêmico da COVID-19 e identificar os consensos e controvérsias entre as sugestões encontradas nos documentos. Material e Métodos: foi realizada uma pesquisa documental comparativa sobre as recomendações para o retorno do atendimento odontológico eletivo após o surto epidêmico da COVID-19. Secundariamente, foi realizada uma revisão da literatura a partir de busca nas bases: Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), que incorpora Lilacs, SciELO, MEDLINE, a partir da estratégia de busca (“COVID-19” AND “dentistry”). Resultados: foram analisados documentos oficiais do Ministério da Saúde ou de órgãos correspondentes e de entidades de classe de onze diferentes países do mundo e encontrados seis artigos que abordavam as recomendações para o retorno aos atendimentos eletivos. Conclusão: há um consenso quanto aos requisitos para as instalações do consultório, à indicação de realização de triagem antes do agendamento e atendimento e quanto aos cuidados recomendados durante o atendimento. Não há consenso quanto ao uso de bochechos antissépticos prévios ao procedimento, ao uso sistemático de testes rápidos antes do atendimento, ao tipo de proteção respiratória que deve ser utilizada pela equipe odontológica e ao tempo mínimo de pausa antes da realização da higienização da sala de trabalho quando são realizados procedimentos geradores de aerossol.

Conhecimento Produzido Acerca Das Implicações Da Coronavirus Disease 2019 No Exercício Da Odontologia

“…É primordial a familiarização da equipe odontológica com as características da COVID-19, as rotas de transmissão e o período de incubação da doença (SHI et al, 2020;REIS et al, 2020).…”

“…Ainda na sala de espera, é recomendado que o ambiente esteja equipado com barreiras de acrílico entre a recepção e com o mínimo de objetivos decorativos, evitando meios de contaminação e otimizando o processo de desinfecção (VILLANI et al, 2020;REIS et al, 2020;AMATO et al, 2020). Para otimizar os horários e consultas, o método recomendado por Chigurupati et al (2020), Villani et al (2020), Ather e Nikita (2020) e estudos feitos por Reis et al (2020), é o serviço remoto, como as teleconsultas para o serviço de triagem.…”

“…A respeito dos aerossóis, a literatura revisada relata a descoberta de evidências sobre a presença do SARS-Cov-2 na saliva (MAIA et al, 2020;KELLY;IOMHAIR;MCKENNA, 2020), devendo o cirurgião-dentista estar atento aos procedimentos corretos para minimizar o risco de transmissão viral (BIZZOCA; CAMPISI; MUZIO, 2020). É consensual que a prática odontológica propicia a geração de aerossóis em concentrações variadas (PENG et al, 2020;CAGETTI et al, 2020;REIS et al, 2020;SHI et al, 2020), tornando o consultório um grande agente de infecção cruzada (PEREIRA et al, 2020;ZIMMERMANN;NKENKE, 2020), pondo em risco a equipe e os pacientes naquele local (CARRER et al, 2020;GE et al, 2020).…”

“…Algumas publicações avaliadas apontam que o Sars-Cov-2 pode sobreviver em materiais inanimados, mas não há um consenso sobre sua sobrevida, visto que há estudos que apontam de 5,6 horas a 6,8 horas ( VAN DOREMALEN et al, 2020) e outros indicam 9 dias (KAMPF et al, 2020). De todo modo, essas superfícies precisam passar por um processo de desinfecção entre os atendimentos, do local menos contaminado para o mais contaminado (REIS et al, 2020;VARGAS-BURATOVIC et al, 2020).…”

“…Além disso, expõe-se que é necessário realizar uma limpeza primária com detergentes, a fim de eliminar a presença de matéria orgânica, que pode sabotar a ação dos agentes citados. (REIS et al, 2020;BA-DANIAN et al, 2020).…”