O Movimento Indígena no Baixo Tapajós: etnogênese, território, Estado e conflito.

Abstract

O movimento indígena, reivindicando identidade e território, iniciou-se em 1998, na Flona Tapajós, com uma comunidade declarando-se Munduruku. Logo outras comunidades nos rios Tapajós, Arapiúns e Maró se assumiram indígenas e o movimento cresceu, e não apenas em virtude dos direitos dos povos indígenas, respaldados por legislações internacionais e pela Constituição de 1988, em um quadro de insufi ciência de serviços públicos para as comunidades caboclas. Concorre também o desejo de pertencer a um povo, a um lugar e a uma luta. A etnogênese que se verifi ca no Baixo Tapajós está em sintonia com processos de retomada de tradições por grupos étnicos, então considerados aculturados ou extintos, em vários lugares do Brasil e América Latina. No Baixo Tapajós se assenta uma questão política relevante, com os indígenas signifi cando um obstáculo aos negócios.

Thinking with <i>Bem Viver</i> across rural and urban Amazonia: Indigenous and Black spaces of resistance

“…Whether initiated by the state or capital (or with strong ties between both), the removal of Indigenous and Afro-descendent peoples from their traditional territories dislocates the relations through which Bem Viver emerges -between people, and between humans and nonhumans. As an Indigenous person of the Lower Tapajós explained in relation to sovereignty over territory, "An Indian without land is no one" ("Índio sem terra é ninguém") (Peixoto et al, 2012). Even Indigenous urbanites retain links with their territories (Forte, 2010).…”

Yâdé Kiirîbawa Yepé Wasú! Uma reflexão sobre a luta Tupinambá em defesa de seu território

“…REVISTA ARQUEOLOGIA PÚBLICA Until now, a large part of Amazonian native cultures has been poorly defined and interpreted by the different epistemic currents of scientific practice that deal with human behaviour (ARRUTI, 1997;ALMEIDA, 2004;BENSUSAN, 2004;BOLÃNOS, 2010;IORES, 2018;VADJUNEC;SCHMINK;GREINER, 2011). For example, from the naturalist idea of acculturated Indians that was formulated from the 19 th century onwards, passing through the generalization of the name of Amazonian peasantry present in records and sociological studies of the first half of the 20 th century, reaching the conceptual formulation of traditional peoples by recent anthropology (CALEGARE, HIGUCGI; BRUNO, 2014;BELOW, 2015;COSTA et al, 2013;DE CASTRO, 2013;EMMI, 2007;HARRIS, 1998;IORES, 2014;KAWA, 2012;LACERDA, 2013;LIMA, 2015;MEDAETS, 2019MEDAETS, , 2021OLIVEIRA, 1988;PACE,1997PACE, , 2006ARENZ;FIGUEIREDO, 2013;PONTUAL, 2015;REIS, 2017;SARQUIS, 2010) (Figure 3). In Brazil, now more deeply, we indigenous people who are commonly referred to in research and publications as "study objects", put on a position of intellectuality to propose a unlike theory from those preceded by the "west" to inform them about the shapes in which we are immersed in contemporary society (AMADO, 2019;ANGELO, 2018;ARANTES, 2019;BANIWA, 2006BANIWA, , 2019aCORREA, C. 2019;CORREA, E, 2019;FERNANDES, 2017;KAYAPÓ, 201...…”

Povos Indígenas no Brasil e a Descolonização da Psicologia

“…Por vezes, o viés formalista e tecnicista da produção de laudos antropológicos para a identificação étnica de tais grupos recai no risco de reproduzir certo modelo de indianidade historicamente construído pelos órgãos indigenistas estatais do Brasil, excluindo outras formas de ser e se se reconhecer indígena. Esse é o caso de muitos grupos étnicos que só mais recentemente passaram a assumir sua identidade indígena em diversos contextos sociais, seja nas cidades (Ferreira Filho, 2017), nas comunidades rurais (Kós, 2015), nas comunidades ribeirinhas (Peixoto, Arenz, & Figueiredo, 2012), dentre outros. Para Ferreira Filho (2017), embora a presença indígena no contexto urbano não seja algo recente, os Censos de 1991, 2000 e 2010 indicaram aumento de 333,75%, entre os anos de 1991-2010, de pessoas que se autoidentificam como indígenas em áreas urbanas.…”