2018
DOI: 10.15448/1981-2582.2018.2.30543
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“O meu trabalho do dia a dia”: o quotidiano das crianças na periferia de Maputo

Abstract: O artigo apresenta os diferentes elementos que configuram o dia a dia das crianças de um bairro periférico da cidade de Maputo, discutindo-os a partir das contribuições da Sociologia da Infância e da Sociologia da Vida Quotidiana. Os dados apresentados permitem compreender e debater as formas como elas podem experimentar situações de exclusão social. Conclui-se que essas crianças vivem nesse contexto devido às suas condições materiais de existência e à relação fortemente hierárquica com os adultos. Contudo, el… Show more

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“…Como sugerido pela abordagem dos estudos sociais da infância, encarei o processo de socialização "como um processo contínuo, múltiplo em sua direcção e fins, tanto os mais imediatamente visíveis quanto os menos perceptíveis, porque comummente não reconhecidos pela visão tradicional de socialização que, além da forma, também limita os agentes do processo de socialização e os territórios em que este tem lugar" (Marchi, 2011). Compreender o lugar que as crianças ocupam na educação, significa também entender a ordem geracional (Mayall, 2005) O material empírico aqui apresentado foi construído a partir de uma "etnografia visual e participativa" (Colonna, 2012) num bairro periférico entre os municípios de Maputo e Matola, uma zona onde convivem traços urbanos e rurais, fábricas e machambas 1 , habitações em materiais precários, em material durável e até mesmo "casas de luxo". A pesquisa procurou entrecruzar o método etnográfico com algumas ideias das metodologias participativas e visuais, que são propostas no âmbito da Sociologia da Infância como uma estratégia eficaz para reduzir o adultocentrismo e encarar as crianças como actores sociais plenos (Sarmento, 2004).…”
Section: John Deweyunclassified
“…Como sugerido pela abordagem dos estudos sociais da infância, encarei o processo de socialização "como um processo contínuo, múltiplo em sua direcção e fins, tanto os mais imediatamente visíveis quanto os menos perceptíveis, porque comummente não reconhecidos pela visão tradicional de socialização que, além da forma, também limita os agentes do processo de socialização e os territórios em que este tem lugar" (Marchi, 2011). Compreender o lugar que as crianças ocupam na educação, significa também entender a ordem geracional (Mayall, 2005) O material empírico aqui apresentado foi construído a partir de uma "etnografia visual e participativa" (Colonna, 2012) num bairro periférico entre os municípios de Maputo e Matola, uma zona onde convivem traços urbanos e rurais, fábricas e machambas 1 , habitações em materiais precários, em material durável e até mesmo "casas de luxo". A pesquisa procurou entrecruzar o método etnográfico com algumas ideias das metodologias participativas e visuais, que são propostas no âmbito da Sociologia da Infância como uma estratégia eficaz para reduzir o adultocentrismo e encarar as crianças como actores sociais plenos (Sarmento, 2004).…”
Section: John Deweyunclassified
“…Para Colonna (2012), seriam três os elementos que caracterizam uma investigação etnográfica interpretativa, visual e participante "uma tutela partilhada do projeto de investigação, a identificação comunitária dos problemas a serem investigados e o desenvolvimento de ferramentas e competências nos participantes" (p. 141). Ainda segundo essa autora, neste tipo de investigação, procura-se envolver as crianças através de um conjunto de atividades como desenhos, fotografias, vídeos, representações teatrais e trabalhos em grupo que, em geral, resultam em ações divertidas e interessantes para as crianças e podem construir o estímulo para outras atividades de investigação.…”
Section: Ao Percebermos As Emoções E a Preferência Das Crianças Pelas Imagens Em Trêsunclassified