O fenômeno da precarização do trabalho docente em interface com os organismos internacionais e as pedagogias pós-modernas

Abstract

O presente artigo visa desenvolver uma análise dos processos de precarização do trabalho docente, baseado em uma série de determinações advindas dos Organismos internacionais (Banco Mundial, FMI, OCDE etc.) para a educação brasileira como um condicionante para os investimentos dessas Agências internacionais no país. Com isso, passa a ser difundido na educação do Brasil pedagogias pós-modernas que visam adequar a educação, bem como o trabalho do professor, aos interesses desses Organismos. No entanto, o que eles denominam como “moderno” e “de qualidade” em termos educacionais, consideramos como um processo de precarização, que visa sucatear a educação nacional e entregá-la aos interesses do mercado internacional e aviltar o trabalho do professor, que passa a caracterizar-se como ainda mais explorado e precarizado.

O fenômeno da precarização do trabalho docente em interface com os organismos internacionais e as pedagogias pós-modernas

“…Nesse momento, é importante pensarmos que quando a educação de um país, se submete às prescrições advindas de um conglomerado de Agências Internacionais, protagonizadas por grandes empresários e banqueiros, há de se convir, que as possibilidades de termos uma educação emancipadora e voltada para a libertação da classe trabalhadora perde espaço para um ideal de educação mercantil, que visa o lucro e a produtividade. É nesse sentido, que nossa educação vem se aproximando de concepções pósmodernas, em que os alunos são compreendidos como autônomos no seu processo de Research, Society andDevelopment, v. 9, n. 8, e507985067, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5067 aprendizagem, que necessitam o tempo inteiro se adequar às necessidades do mercado, para não ficarem de fora dele, em detrimento de uma educação que deveria estar voltada para a produção de um pensamento crítico, emancipador e que coloca os sujeitos envolvidos como protagonistas do processo de transformação social.…”

“…Nesse sentido, ao nos referirmos ao trabalho do professor, dentro dessa lógica neoliberal, devemos compreender que está longe de ser um instrumento de emancipação de seus alunos, a partir da transmissão de conhecimentos críticos e revolucionários, mas um mero reprodutor de informações da ideologia burguesa. É por essa razão, que sua atuação, segundo as exigências do capitalismo, será a de preparar a classe trabalhadora, para melhor atuar na produção, com disciplinamentos que começam nos "anos iniciais da vida para suportar o uso do seu corpo e sua mente para outrem, praticar a obediência e desenvolver um repertório Research, Society andDevelopment, v. 9, n. 8, e507985067, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5067 comportamental compatível com as necessidades do mundo do trabalho." (Rosa, 1998.…”

“…Primeiramente, cabe apontar que essa pesquisa surgiu da necessidade de se pesquisar sobre o fenômeno da precarização do trabalho docente baseado na relação que se estabelece Research, Society andDevelopment, v. 9, n. 8, e507985067, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5067 entre o Governo brasileiro e os Organismos Internacionais. Tal discussão encontra-se na ordem do dia, devido a atual conjuntura de desvalorização da docência no país.…”

“…Logo, por um lado, temos alunos que tentam em todo tempo experimentar sua autonomia nos espaços escolares, ainda que seja colidindo com os controles impostos, e por outro, temos professores, que passam a ver os alunos como os responsáveis pela falta de respeito e desprestígio de sua categoria profissional, expressas nas inúmeras manifestações de falta de respeito e até mesmo de violência, por parte de alguns alunos.Essa cisão na relação entre professor e aluno, é expressão da alienação de professor e dos alunos, os quais não se reconhecem como classe, pois, não se percebem com os mesmo interesses de classe. Por não se reconhecerem enquanto tais se colocam em posição de disputa, de ataque e defesa, de posição antagônica, explicando desse modo os inúmeros casos de afastamento do trabalho, por violência dos alunos Research, Society and. Development, v. 9, n. 8, e507985067, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5067…”