O ético e o estético no ensino de literatura: o sujeito e sua experiência

Abstract

Neste artigo reunimos reflexões sobre o ensino de literatura, enfatizando a percepção do mundo como aspecto importante na preparação para a leitura da palavra. Essa proposição tem o intuito de oferecer um complemento aos estudos e pesquisas centradas no aluno/leitor e em sua relação direta com o texto, direcionando as reflexões para a relação eu/outro e para a figura do professor. O artigo consiste em uma discussão teórica, baseada em relatos de experiência de Paulo Freire (1989) e Tzvetan Todorov (2006). Partindo da afirmação de Freire de que a leitura de mundo vem antes da leitura da palavra, procuramos definir o status das atividades ética e estética, a partir de Mikhail Bakhtin (2006), mostrando os limites entre elas e como essa reflexão pode auxiliar no ensino de leitura do texto literário. Em outra via, a partir dos relatos de Freire e Todorov, propomos uma reflexão sobre o conceito de “experiência”, segundo Walter Benjamin (1994) e Jorge Larrosa (2014), no intuito de evidenciar a necessidade de afirmação do sujeito autor/leitor/professor.

Uma Jornada rumo à Maturidade Pessoal em Ana Z., aonde vai você?: Prática de Leitura no Ensino Fundamental II

“…As etapas da prática literária Fonte: elaborado pela autora (2022)Preparação para a leitura: motivaçãoPrimeiramente apresentaremos a proposta para a turma, procurando motivá-los para o processo. Para isso, recorreremos ao poder de encantamento do texto literário, mencionando nossas experiências de leitura e preferências, porque, assim comoBarbosa; Cocco (2019, p. 116), acreditamos ser "necessário que o professor sinta que tem algo de si mesmo a transmitir, além do conteúdo", e comPerrone-Moisés (2000), quando afirma que o professor precisa acreditar nas virtudes da literatura para, só então, munido dessa convicção, estimular outros a lerem. Desse modo, faremos depoimentos e incentivaremos que os estudantes o façam também; mostraremos exemplares de livros variados,…”