Abstract:Neste trabalho procurou-se problematizar o tema do encontro assistencial entre usuários e trabalhadores de saúde. Utilizando uma abordagem hermenêutico-crítica e narrativa mapeiam-se brevemente algumas linhas narrativas visando situar em relação a elas o tema em estudo. Oferecem-se algumas categorias oriundas da psicanálise e da psicoterapia institucional para repensar a dimensão do encontro profissional-usuário, nas suas relações com a instituição, a clínica, o acolhimento e a gestão. No final, a partir das e… Show more
“…Não é fácil acordar-se sobre o que está ou não em discussão, ou seja, até onde vai o poder de influência, ou mesmo de deliberação conjunta, entre os distintos especialistas. A equipe de referência e o apoio matricial diminuem o peso da influência "paterna" na solução de conflitos, ou seja, as autoridades externas -chefes, leis e regras -são reinterpretadas na horizontalidade dos irmãos reunidos em uma fratria 29 . Por outro lado, há poucos serviços organizados em sistemas de co-gestão, com equipes e colegiados com poder de deliberação e com sistemas interdepartamentais e interequipes de construção de pactos de gestão.…”
Section: Obstáculo Político E De Comunicaçãounclassified
Os autores apresentam uma reconstrução teórico-conceitual da metodologia de gestão do trabalho em saúde baseada em equipes de referência e apoio matricial. Equipe de referência é um rearranjo organizacional que procura coincidir o poder de gestão com a equipe interdisciplinar. O apoio matricial sugere modificações entre as relações dos níveis hierárquicos em sistemas de saúde; nesse caso, o especialista integra-se organicamente a várias equipes que necessitam do seu trabalho especializado. Além da retaguarda assistencial, objetiva-se produzir um espaço em que ocorra intercâmbio sistemático de conhecimentos entre as várias especialidades e profissões. São apontados obstáculos estruturais, éticos, políticos, culturais, epistemológicos e subjetivos ao desenvolvimento desse tipo de trabalho integrado em saúde.
“…Não é fácil acordar-se sobre o que está ou não em discussão, ou seja, até onde vai o poder de influência, ou mesmo de deliberação conjunta, entre os distintos especialistas. A equipe de referência e o apoio matricial diminuem o peso da influência "paterna" na solução de conflitos, ou seja, as autoridades externas -chefes, leis e regras -são reinterpretadas na horizontalidade dos irmãos reunidos em uma fratria 29 . Por outro lado, há poucos serviços organizados em sistemas de co-gestão, com equipes e colegiados com poder de deliberação e com sistemas interdepartamentais e interequipes de construção de pactos de gestão.…”
Section: Obstáculo Político E De Comunicaçãounclassified
Os autores apresentam uma reconstrução teórico-conceitual da metodologia de gestão do trabalho em saúde baseada em equipes de referência e apoio matricial. Equipe de referência é um rearranjo organizacional que procura coincidir o poder de gestão com a equipe interdisciplinar. O apoio matricial sugere modificações entre as relações dos níveis hierárquicos em sistemas de saúde; nesse caso, o especialista integra-se organicamente a várias equipes que necessitam do seu trabalho especializado. Além da retaguarda assistencial, objetiva-se produzir um espaço em que ocorra intercâmbio sistemático de conhecimentos entre as várias especialidades e profissões. São apontados obstáculos estruturais, éticos, políticos, culturais, epistemológicos e subjetivos ao desenvolvimento desse tipo de trabalho integrado em saúde.
“…Thus, "institutional symptoms" are produced, such as communication failures or excessive ideologization in defense of the SUS, as mentioned by Campos (2005). It is important to reflect that the understanding of healthcare should always be viewed within the context of the labor relations, of the peculiarities of the work of the care producers (Deslandes, 2005).…”
Este estudo objetivou analisar a percepção dos usuários sobre o acesso à Estratégia de Saúde da Família (ESF) em suas dimensões geográfica, organizacional, sóciocultural e econômica. Fez-se uma avaliação de processo com abordagem qualitativa por meio de entrevista aberta, observação direta e análise documental, em Recife, Pernambuco. Os principais problemas foram: deficiente sistema de referência e contra-referência; demora no retorno dos resultados dos exames laboratoriais; excessivo número de famílias por equipe; dificuldades para marcar consultas; despesas com medicamentos. Foram observadas facilidades na relação profissional-usuário, bem como na proximidade geográfica da unidade de saúde. A ESF revelou-se uma estreita porta de entrada do SUS, merecendo um olhar distinto, que adote como ponto de partida as necessidades dos indivíduos demandatários de suas ações, bem como as lógicas que norteiam as ações dos sujeitos envolvidos no cuidado.
“…De um lado, ao acentuar gradativamente as diferenças entre o "nós" e "os outros", os profissionais podem agir culpabilizando, aumentando o sofrimento do usuário e sendo pouco receptivos ao vivido no rural. De outro lado, pode ocorrer que o profissional, ao não reconhecer o potencial de cuidado que há no reconhecimento dos valores que marcam as identidades rurais, sinta-se impotente para lidar com as situações do rural, resignando-se e sofrendo com isso (CAMPOS, 2005).…”
Section: (Flor De Lótus Profissional Técnico Em Enfermagem)unclassified
Resumo: Objetivou-se analisar, sob a perspectiva da Teoria da Dádiva, as implicações da mediação realizada pelos profissionais da saúde entre o usuário rural e as Políticas de Saúde. O estudo foi conduzido sob abordagem qualitativa, com produção de dados por entrevistas e observação participante com profissionais, usuários rurais e gestores do SUS de dois municípios do Rio Grande do Sul. Verificou-se que a mediação se mostra como uma possibilidade de os profissionais produzirem saúde, excedendo os limites técnicos e biomédicos, ao se estabelecer relações mais simétricas com os usuários e se exercitar a capacidade de compreender as especificidades da vida e valores rurais. Esses elementos fomentaram a circulação de materialidades e imaterialidades que têm a potência de produzir afeto, cidadania e solidariedade enquanto bens de saúde. Contudo, constatou-se que estigmas em relação ao modo de vida rural interferem na forma como os profissionais atuam junto aos usuários, fazendo de suas necessidades, por vezes, um evento redutível à tutela profissional, que mais exclui e dificulta o acesso aos serviços de saúde do que produz cuidado. Por fim, entende-se que problematizar a vida rural é ímpar para que as ações em saúde tenham êxito. Palavras-chave: população rural; mediação em saúde; dádiva.
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