O aluno-problema e o governo da alma: uma abordagem foucaultiana

Abstract

Aprendi a sorrir com ela, tornei-me um esmeraldino apaixonado e leio por sua direta intervenção. Agradeço à minha mãe.Ele me fez objeto de sua mais profunda admiração. Conheço o significado da palavra carinho por conviver com ele. Agradeço a meu irmão e, por conseguinte, às suas gatas.Sou infinitamente grato aos meus alunos. Escuso-me se não consegui afastá-los com a presteza devida dos criadores de problemas atuantes nas escolas pelas quais passei.Nomeio meus companheiros de leitura/escrita: Adélia, Carlos Manoel, Carlos Rubens, Cintya, Cláudia, Danilo, Fábio, Gisela, Lua, Mônica, Sandra e Thomas. Além da turma do educaçãoporvir com o frenesi de pensamentos que sua lembrança evoca. Todos ainda esperando a maturação do Cambuci.Saúdo ao idealizador do porvir; ao seu esmero e dedicação; à sua generosa guarida intelectual. Agradeço a ti, querido Julio, pelas noites em vigília, pelos inadiáveis recomeços e pelo cáustico comprometimento público. Tua obra, tuas aulas e teus pensamentos não foram qualquer coisa, tenha certeza.Na figura de meu orientador, agradeço a todos os meus professores, particularmente a Izabel Galvão que abraçou minha revolta e impulsionou minhas reflexões para além da mera queixa cotidiana.Agradeço à banca formada por Adriana Marcondes Machado e Cecília Hanna Mate. Suas contribuições geraram o incômodo necessário à guinada do enfoque de pesquisa. A gentileza com que fui tratado na ocasião do exame de qualificação foi inestimável.Agradeço também ao professor Jorge Ramos do Ó pela sua nobreza no trato com os assuntos escolares.Também agradeço ao amigo Alexandre Fidelis, pela paciência nos embates à varanda. Ao camarada Alexandre Ribeiro por compartilhar os sonhos de intelectualidade. À Sílvia, leitora/companheira de labuta contra a privatização do nosso ofício. Ao Paulo Tadeu, um modelo e um apoiador. À Eliane, ao Carlos, à Beth e à Rosana, torcedores parciais e dedicados.Saúdo às minhas meninas Ana Luiza e Mariana, razão de todo esse trabalho. Por fim, à intervenção, à admiração, ao carinho, à dedicação, à generosidade, ao abraço, à gentileza, à paciência, ao apoio que, regados com um profundo amor me ofereceu a minha luminosa Lucíola. RESUMONesse trabalho, o tema do fracasso escolar sofre uma abordagem foucaultiana. Ele é analisado a partir dos efeitos de poder que produz. O referencial teórico impõe à pesquisa a busca por enunciados proferidos por personagens sociais capazes de conduzir condutas de outrem. O corpo documental coletado refere-se a laudos de avaliações aplicadas por clínicas de atendimento psicopedagógico de viés notadamente psiquiátrico. Sobre essa base empírica, especula-se que as similitudes entre os diversos relatórios insinuam a instalação de um regime de verdade em torno de um sujeito, qual seja: o aluno transtornado. Destrinchando a lógica discursiva dessas avaliações diagnósticas, a dissertação sugere que o escolar deficitário produzido por essas testagens é uma recorrência do pregresso aluno-problema constituído pelas narrativas de Artur Ramos na década de trinta do sécul...

A queixa escolar sob a ótica de diferentes atores: análise da dinâmica de sua produção

“…O paradigma do controle social da aprendizagem apresenta dois problemas centrais, os quais estão fortemente atrelados à produção da queixa escolar. O primeiro, apontado por Rito (2009), é que ele exclui as diferenças e singularidades, as quais, por não condizerem com a norma estipulada, passam a ser concebidas como deficiências a serem superadas. O outro, sinalizado por Lajonquière (1999), é que ele promove no imaginário coletivo uma conaturalização entre as exigências e expectativas da escola -social, política e historicamente construídas -, e o desempenho escolar do aluno -processo singular, vinculado às vivências sociais do indivíduo.…”

Contardo Calligaris às quintas-feiras: uma análise da difusão das ideias psicanalíticas na cultura

“…13 A psicanálise operada por ele possibilitou um rumo para as aspirações civilizatórias no campo educacional. Foi via a cura do inconsciente que se impulsionou uma forma interventiva plausível e, evidentemente, caucionada na teoria psicanalítica (Rito, 2009).…”