INTRODUÇÃON o cenário internacional de segurança pós-Guerra Fria, a América do Sul caracterizou-se pela explicitação de percepções de ameaças tais como o narcotráfico, a violência civil, o crime e mesmo o terrorismo. Mais recentemente, tais ameaças foram reintegradas em uma moldura conceitual que as enquadra pelo ângulo das políticas públi-cas, tendo como duplo desafio contemporâneo a produção de sinergia entre as políticas de defesa, externa e de provimento de ordem pública, no âmbito interno de cada país, e a cooperação visando a integração regional, no âmbito internacional. Existem ameaças que colocam em risco a segurança dos Estados e das sociedades na região, exigindo ações ampliadas e conjuntas para seu controle e superação. Por outro lado, é visível que rivalidades e desconfianças entre os Estados dificultam a formação de mecanismos multilaterais estáveis que sejam efetivos em 651 * Gostaríamos de agradecer a Ana Paula Ranzi, Ana Júlia Possamai, Pedro Borba e Natasha Pergher, pela assistência de pesquisa realizada ao longo de todas as etapas do projeto. Igualmente, agradecemos a disposição dos entrevistados em compartilharem seus conhecimentos. Agradecemos ainda o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do Edital Prosul e das bolsas de produtividade em pesquisa concedidas aos autores. Somos gratos também a Aline Hellmann, que gerenciou os recursos do edital Prosul e apoiou a logística da pesquisa, bem como a toda a nossa equipe de trabalho. Aos pareceristas anônimos e à equipe editorial de DADOS, nosso muito obrigado pelos comentários valiosos que recebemos.