Nova classificação da OMS para tumores odontogênicos: o que mudou?

Abstract

Objetivo: apresentar e discutir as mais relevantes modificações na quarta classificação de tumores de cabeça e pescoço da Organização Mundial de Saúde (OMS), no ano de 2017, especialmente para os tumores odontogênicos. IntroduçãoA mais recente classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para tumores de cabeça e pescoço, atualizada em 2017 1 , é resultado de um consenso de especialistas de todo o mundo, com vasta experiência em cistos e tumores odontogênicos, bem como em patologias ósseas. Inúmeras mudanças foram consideradas e incorporadas, considerando princípios de simplicidade, relevância clínica, validade científica e utilidade para clínicos 1,2 . As atualizações visam fornecer à comunidade de clínicos, patologistas e estomatologistas um protocolo para diagnóstico de patologias de cabeça e pescoço.Considerando que a classificação de 2005 foi consideravelmente modificada e que muitas alterações trazem repercussões em relação ao diagnósti-co, o objetivo deste trabalho é pontuar e discutir as principais atualizações da 4ª e mais nova classificação da OMS para tumores odontogênicos.

Queratocisto odontogênico – uma revisão de literatura/Odontogenic keratocyst - a literature review

“…O QO é um cisto de origem odontogênica que vem sendo desmistificado no decorrer dos anos, pois foi reclassificado diversas vezes por causa do seu alto índice de recidiva ( MOURA et al, 2016;TOLENTINO, 2018). No entanto, com a mais nova reclassificação, o QO deixou a categoria de neoplasias e passou a ser incorporado novamente na classificação de cistos odontogênicos de desenvolvimento (TOLENTINO, 2018).…”

“…A classificação do Queratocisto odontogênico (QO) vem mudando durante os anos e, no atual momento, retornou à classificação de cisto odontogênico, após conferência da Organização Mundial da Saúde -OMS (TOLENTINO, 2018). O QO, foi considerado um tumor odontogênico durante muito tempo por ser uma lesão de caráter neoplásico e, durante uma reunião da OMS de 2017, alegou-se que não existiam evidências suficientes para manter o QO na classificação de tumor (TOLENTINO, 2018). Essa decisão foi tomada com base em estudos que apontaram a existência de casos de involução do QO a partir da descompressão da cápsula cística da lesão (TOLENTINO, 2018).…”

“…O QO, foi considerado um tumor odontogênico durante muito tempo por ser uma lesão de caráter neoplásico e, durante uma reunião da OMS de 2017, alegou-se que não existiam evidências suficientes para manter o QO na classificação de tumor (TOLENTINO, 2018). Essa decisão foi tomada com base em estudos que apontaram a existência de casos de involução do QO a partir da descompressão da cápsula cística da lesão (TOLENTINO, 2018). No entanto, o QO permanece de difícil diagnóstico, sendo uma patologia que acomete com maior frequência o ramo e região retromolar da mandíbula (MALLMANN et al, 2012;OLIVEIRA et al, 2013).…”

Tratamento cirúrgico conservador em paciente jovem com ameloblastoma unicístico: relato de caso

“…As terminologias sólida/multicística foram abolidas da classificação, uma vez que não apresentaram significância biológica. A forma desmoplásica, por sua vez, deixou de ser considerada uma entidade clínica e passou a ser classificada como um subtipo histológico, devido ao fato de se comportar como um ameloblastoma convencional (Wright & Soluk-Tekkeşin, 2017;Tolentino, 2018).…”

Importância do Exame Citopatológico para o Diagnóstico de Ameloblastoma: Relato de Caso

“…Podem ocorrer três diferentes situações clínicoradiográficas, que são os padrões: sólido convencional ou multicístico, unicístico e periférico. O ameloblastoma multicístico (AM) teve sua nomenclatura atualizada pela OMS no ano de 2017, sendo restrito a "ameloblastoma", podendo a terminologia anterior ser usada como sinonímia 3 . Conforme evoluem, costumam apresentar uma tumefação indolor ou expansão dos ossos gnáticos, abaulamento da cortical óssea mandibular, mobilidade dos dentes envolvidos, raramente sendo relatada parestesia ou dor.…”