Nascimento de outra ruralidade

Abstract

ESTE ARTIGO procura mostrar que Lefebvre (1970) e Kayser (1972, 1990) estavam errados sobre o destino da ruralidade. Evidências empíricas sobre o caso da Itália não confirmam as conjeturas extremas sobre "completa urbanização" ou "renascimento rural". E uma espécie de hermenêutica dessas duas hipóteses ajuda a fundamentar a terceira, que pretende superá-las.

Trabalho e educação entre jovens de 15 a 29 anos residentes no campo: desafios à ampliação da escolaridade

“…Em que pese a existência de novas configurações para o desenvolvimento rural no Brasil (Veiga, 2006;Favareto, 2014) e a produtividade alcançada pelo setor agrícola nas últimas décadas, os passivos acumulados ao longo do crescimento do País não permitem desconsiderar a existência de relações que fogem da categorização "novo rural". A existência de trabalhos com baixos níveis de formalização e as dificuldades de usufruto da terra, condições seculares da formação agrária brasileira, continuam a conviver com o assim chamado "novo rural".…”

Crítica das representações sociais de ruralidade em Globo Rural revista

“…Em relação ao corpus investigado, depreende-se que as notícias e as reportagens são objetivações que, analisadas em seu conjunto, aproximam-se ou distanciam-se conforme a ancoragem. A análise interpretativa permite identificar quatro representações sociais, conforme o princípio organizador que as especifica: a ruralidade com ancoragem na técnica; a ruralidade com ancoragem sociocultural; a ruralidade com ancoragem na natureza; e a ruralidade com ancoragem no movimento descrito pela Sociologia como "nova ruralidade" (WANDERLEY, 2000;VEIGA, 2006).…”

“…As pautas associadas à nova ruralidade referem-se a assuntos como sistemas agroflorestais, integração lavoura-pecuária-floresta, turismo rural, agricultura de É essa especificidade do contexto social contemporâneo que leva Veiga (2006) a argumentar que, em vez de renascer, como defendem alguns pesquisadores, a ruralidade estaria nascendo -por isso "nova". A partir do autor, entende-se que a "nova ruralidade" está mais ligada à reestruturação do pensamento social acerca da relação homem-natureza do que a uma mudança na realidade rural brasileira, a um "novo mundo rural".…”

Psicologia e Ruralidades no Brasil: Contribuições para o Debate

“…Para Veiga (2006), trata-se de uma nova ruralidade na perspectiva territorial, oposta às noções de completa urbanização do rural ou de seu renascimento. Para ele:…”

“…Sem dúvida, a inserção profissional dos psicólogos(as) e a produção de conhecimento nesse campo passa pela necessidade de ultrapassar a dualidade rural-urbano, penetrando nos "fundamentos últimos e históricos do conhecimento que a originou", para "descortinar e explicar as bases rurais de produção do ser social" (Martins, 1986, p. 38). Deste modo, articula-se nessa direção, o aprofundamento sobre as diferentes abordagens conceituais, entre elas, as discussões teóricas sobre o novo rural brasileiro (Silva, 1982;1987;, sobre ruralidades contemporâneas, que versam sobre o tema da revalorização do rural por meio de diferentes perspectivas: a) consideração de sua diversidade e potencialidades; b) afirmação de novas ruralidades; c) expressões de identidades sociais no mundo rural; d) plurali-zação da ideia de rural, com destaque para a desigualdade do seu desenvolvimento no Brasil; além da e) compreensão das influências geradas e difundidas por distintas instituições nacionais e internacionais, e organismos multilaterais que tratam sobre o tema (Carneiro, 1998(Carneiro, , 2005(Carneiro, , 2008Moraes, 2014;Moreira, 2003Moreira, , 2005Veiga, 2006;Wanderley, 2000;2011). Foram poucos os estudos que tocaram, em alguma medida nesses pontos, inclusive incorporando as reflexões dos autores que somam ao debate sobre os estudos rurais no Brasil.…”