Abstract:Resumo O artigo trata das representações acerca das práticas homoeróticas masculinas entre usuários de dois ambientes virtuais: as salas de bate-papo do portal UOL e a rede social Manhunt. Pode-se perceber uma tensão entre um modelo baseado na matriz heterossexual, que alinha ativo a masculino e passivo a feminino, e outro que busca afirmar a masculinidade, independente da posição sexual, tentando apagar a marca de afeminação, inclusive daquele que ocupa a posição de passivo no sexo. Porém, entrevistas com alg… Show more
“…O homem afeminado é lido socialmente como homossexual, a afeminação é o primeiro (e, muitas vezes, o principal) indicador de homossexualidade. Há vários efeitos provenientes disso: discriminação de homens afeminados em diferentes contextos (Braga, 2015); suposição da homossexualidade e imposição da abertura da orientação sexual (expulsar do "armário") (Cornejo, 2015;Ferreira & Ferreira, 2015); patrulha das expressões de gênero como forma de manutenção da norma masculina (Junqueira, 2015;Takara, 2017) A Negative Attitudes Toward Effeminacy Scale (NATE) foi desenvolvida nos EUA (Taywaditep, 2001) para mensurar atitudes negativas de homens gays diante da afeminação. É uma escala de concordância, tipo Likert de sete pontos e com 19 itens (α = 0,94).…”
Section: Escala De Atitudes Negativas Sobre Afeminação Para Heterosse...unclassified
O presente estudo objetivou desenvolver, a partir da Escala de Atitudes Negativas sobre Afeminação (ANA), uma escala para mensurar atitudes negativas sobre afeminação destinada a homens heterossexuais e produzir evidências de validade. A escala foi batizada de Escala de Atitudes Negativas sobre Afeminação para Heterossexuais (ANAH). Foram realizados criteriosos processos de adaptação para o público-alvo e realizado um levantamento com 414 homens heterossexuais, maiores de 18 anos com média de idade 26,06 anos (DP = 7,36). A partir de uma Análise Fatorial Exploratória e uma Confirmatória, constatou-se que os itens possuíam cargas fatoriais adequadas, que o fator retido apresentava consistência interna (α= 0,939) e que os índices de ajuste produzidos eram satisfatórios. Os resultados sugerem que a ANAH é adequada para utilização no Brasil.
“…O homem afeminado é lido socialmente como homossexual, a afeminação é o primeiro (e, muitas vezes, o principal) indicador de homossexualidade. Há vários efeitos provenientes disso: discriminação de homens afeminados em diferentes contextos (Braga, 2015); suposição da homossexualidade e imposição da abertura da orientação sexual (expulsar do "armário") (Cornejo, 2015;Ferreira & Ferreira, 2015); patrulha das expressões de gênero como forma de manutenção da norma masculina (Junqueira, 2015;Takara, 2017) A Negative Attitudes Toward Effeminacy Scale (NATE) foi desenvolvida nos EUA (Taywaditep, 2001) para mensurar atitudes negativas de homens gays diante da afeminação. É uma escala de concordância, tipo Likert de sete pontos e com 19 itens (α = 0,94).…”
Section: Escala De Atitudes Negativas Sobre Afeminação Para Heterosse...unclassified
O presente estudo objetivou desenvolver, a partir da Escala de Atitudes Negativas sobre Afeminação (ANA), uma escala para mensurar atitudes negativas sobre afeminação destinada a homens heterossexuais e produzir evidências de validade. A escala foi batizada de Escala de Atitudes Negativas sobre Afeminação para Heterossexuais (ANAH). Foram realizados criteriosos processos de adaptação para o público-alvo e realizado um levantamento com 414 homens heterossexuais, maiores de 18 anos com média de idade 26,06 anos (DP = 7,36). A partir de uma Análise Fatorial Exploratória e uma Confirmatória, constatou-se que os itens possuíam cargas fatoriais adequadas, que o fator retido apresentava consistência interna (α= 0,939) e que os índices de ajuste produzidos eram satisfatórios. Os resultados sugerem que a ANAH é adequada para utilização no Brasil.
“…Nos últimos anos, com o advento das novas tecnologias, refiro-me mais especificamente aos aplicativos de "pegação" entre homens homossexuais 15 (Miskolci, 2014a(Miskolci, e 2015Braga, 2015), dos aumentos de grupos em torno de uma militância…”
Section: Dos Regimes De Visibilidade: Entre Um Passado Não Muito Distunclassified
“…38-54 dos aplicativos de "pegação" para homens homossexuais, não somente produz sujeitos desejáveis, como também sentencia padrões corporais e identitários. Enquanto as sentenças "discreto e fora do meio" (Miskolci, 2015) e "não sou e nem quero afeminados" (Braga, 2015) têm atuado com fervor nesses aplicativos, tal demanda por discrição e sigilo são os pontos atacados pelos que confrontam esse padrão, chamado por muitos de "gay heteronormativo".…”
Section: Dos Regimes De Visibilidade: Entre Um Passado Não Muito Distunclassified
"É preciso ser bem visto, não manchar a reputação, se dar o respeito": dos regimes de visibilidade nas trajetórias de homens homossexuais *1 "You have to be well regarded, not smear the reputation, give respect": regimes of visibilitY in the paths of homosexual men resumo Neste artigo recupero a trajetória de três homens homossexuais com vistas a problematizar o manejo em torno do processo de "saída do armário" e da publicização, ou não, das orientações sexuais e identidades de gênero destes homens, processo entendido como uma instância micropolítica que possui íntima relação com o aspecto emocional, contudo extrapola suas zonas de conforto diante de situações que são vivenciadas socialmente e que grafam no corpo a maneira como os sujeitos devem se comportar. Para tanto, procuro compreender o acionamento das noções êmicas de "respeito" e "pinta" e articulá-las a processos de constituição de regimes de visibilidades. Ao percorrer determinadas trajetórias, verifiquei que: maneiras diferenciadas de ver e de lidar com a afirmação de uma identidade homossexual, por exemplo na família de origem e nos espaços públicos, compõem o arsenal de possibilidades e de posturas corporais dos entrevistados, nos fazendo refletir sobre os agenciamentos de padrões identitários individuais e suas relações a respeito do modo como tais padrões são imaginados.
palavras-chave:Homens homossexuais. Regimes de visibilidade. Discrição. "Respeito". "Pinta".
abstractIn this article, I retrieve the paths of three homosexual men to question the management around the process of "coming out" and of publicity, or not, about sexual orientations and gender identities of these men. A process understood as a micro instance that has a close relationship with the emotional aspect, but goes beyond their comfort zones in situations that are experienced socially and which mark in the body how the subject should behave. Therefore, I try to understand the activation of the emic notions of "respect" and "camp it up" and link them to broader questions about regimes of visibility. Go to certain paths, I found that: different ways of seeing and dealing with the affirmation of a homosexual identity, for example in the family of origin and in public areas, make up the arsenal of possibilities and body postures of respondents, making us reflect on assemblages of individual selfhood and their relationships about how such standards are imagined.
“…Tais processos hierárquicos parecem, em parte, reproduzir as hierarquias mais amplas a que LGBTTQs estão submetidos, porém apresentam suas especificidades e exigem um olhar mais aprofundado a fim de compreender como se estabelecem esses processos (Cerqueira-Santos, Silva, Rodrigues, & Santos, 2016;Figueiredo, 2016;Sampaio, 2016). À medida que "atividade" e "passividade" são digeridos pela comunidade (isso não significa que tenham deixado de ser marcadores importantes de status ou mesmo de desejabilidade sexual, todavia, acabaram por ser incorporados como particularidades culturais do grupo) e o gay passivo começa a desassociar culturalmente a extensão feminilidadepassividade, uma das grandes responsáveis pela estigmatização desses homens gays, já que se está inserido em um macrossistema que opera fundado nos discursos do machismo, outras estruturas hierárquicas emergem, mais sólidas e delimitadas, possivelmente como reação (Braga, 2015;Fry, 1982). Ser um gay masculinizado ou afeminado é algo que move grande capital simbólico no século XXI.…”
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“…Talvez o exemplo mais acessível e com maior quantidade de trabalhos publicados no Brasil seja referente às relações amorosas e aplicativos de encontros amorosos. Autores como Almeida (2011), Braga (2015) e Rezende e Cotta (2015) demonstram em suas pesquisas mensagens com conteúdo de ódio, afastamento e rejeição a homens gays afeminados nesses ambientes.…”
O presente estudo propõe-se a adaptar a Escala de Atitudes Negativas sobre Afeminação (ANA) para o contexto brasileiro. Para tanto, foi realizado um criterioso processo de adaptação e um survey (n = 1123) com homens gay, bissexuais e homens que fazem sexo com homens, maiores de 18 anos e idade média de 26,85 anos (DP = 8,51). A Análise Fatorial Exploratória aplicada sugeriu um novo modelo com menos itens (12) e com dois fatores, Rejeição Pública e Rejeição Íntima, juntos explicam 67,50% da variância, diferindo do modelo original (unifatorial e com 17 itens). Quanto à consistência interna, o primeiro fator obteve umalfa de Cronbach de 0,918 e o segundo 0,866. Esse novo modelo foi testado em uma Análise Fatorial Confirmatória e apresentou bons índices de ajuste em sua versão final. Os resultados sugerem que a ANA apresenta boa adaptação e adequadas propriedadespsicométricas.
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