A atual dinâmica dos diversos setores da economia não pode ser conhecida sem se levar em consideração o processo de financeirização. Embora não sejam recentes, os fundos de investimentos adquirem cada vez maior expressão no controle direto e indireto das sociedades de capital aberto, inclusive nos chamados grupos educacionais. O objetivo do trabalho foi analisar a participação destes fundos nas maiores empresas/grupos educacionais listados em bolsas de valores no mundo e no Brasil. Do ponto de vista dos procedimentos metodológicos, as etapas foram: a) identificar todas as empresas com preço de mercado superior a US$ 50 milhões, em agosto de 2019, classificadas neste setor no portal Marketscreener, bem como o país-sede; b) classificar aquelas com maior preço de mercado na época da consulta; c) identificar os dez maiores acionistas das três maiores empresas mundiais e das brasileiras; d) identificar a participação dos principais fundos de investimentos; e) analisar a composição acionária dos referidos fundos de investimentos. Concluiu-se que os maiores fundos de investimentos mundiais (BlackRock, The Vanguard Group, Morgan Stanley e The Fidelity) estão presentes nos maiores grupos educacionais, e que estes ou outros fundos de investimentos também estão presentes em todas estas empresas/grupos educacionais, que são guiados pela lógica de redução de custos por meio da adoção de “tecnologias educacionais”. Verifica-se, portanto, que a educação se torna apenas mais uma esfera de ação destes fundos e bancos que ora contribuem para suprimir, ora contribuem para constituir novos “grupos educacionais”. Assim, a educação se coloca no processo de financeirização, assumindo a lógica da atual fase do capitalismo, da não-concorrência, dos monopólios, isto é, do imperialismo.