“…Assim, o Museu Paulista caracterizava-se pela mobilização de diversas disciplinas científicas, como a zoologia, a botânica e a geologia, para compreender a história natural sul-americana, o que lhe conferia, segundo a bibliografia, um caráter enciclopédico, quando consideradas outras áreas do conhecimento também presentes no Museu, como as ciências do homem, pois especializado em uma área geográfica, não em um determinado campo científico. 3 Dado o caráter do museu, marcado pela primazia das ciências naturais, Hermann von Ihering imprimiu à instituição um caráter personalista, que dizer, as características de pesquisa e exposição refletiam, de forma geral, a finalidade regulatória do Museu, mas também seus próprios interesses intelectuais, que se estendiam desde o estudo de invertebrados (notadamente os moluscos pela malacologia) e 2 | Sobre a criação do Museu Paulista, verifique Alves (2001), Lopes (2009Lopes ( [1997), Meneses (1994) e Schwarcz (1993). .…”
O artigo tem por objetivo investigar a importância da antropologia e da etnografia no Museu Paulista durante a gestão de Hermann von Ihering (1850 – 1930), entre 1894 e 1916. A partir do levantamento da história das aquisições de coleções etnográficas e antropológicas, da análise dos escritos de Ihering no âmbito das ciências do homem e do exame de fontes primárias salvaguardadas em arquivos da Alemanha e do Brasil, argumenta-se que é possível compreender o posicionamento político-científico de Ihering para com os povos indígenas do Brasil. Espera-se assim contribuir para o conhecimento de uma faceta pouco explorada da história do Museu Paulista, e, de forma mais abrangente, para a historiografia da antropologia e da ciência no país.
“…Assim, o Museu Paulista caracterizava-se pela mobilização de diversas disciplinas científicas, como a zoologia, a botânica e a geologia, para compreender a história natural sul-americana, o que lhe conferia, segundo a bibliografia, um caráter enciclopédico, quando consideradas outras áreas do conhecimento também presentes no Museu, como as ciências do homem, pois especializado em uma área geográfica, não em um determinado campo científico. 3 Dado o caráter do museu, marcado pela primazia das ciências naturais, Hermann von Ihering imprimiu à instituição um caráter personalista, que dizer, as características de pesquisa e exposição refletiam, de forma geral, a finalidade regulatória do Museu, mas também seus próprios interesses intelectuais, que se estendiam desde o estudo de invertebrados (notadamente os moluscos pela malacologia) e 2 | Sobre a criação do Museu Paulista, verifique Alves (2001), Lopes (2009Lopes ( [1997), Meneses (1994) e Schwarcz (1993). .…”
O artigo tem por objetivo investigar a importância da antropologia e da etnografia no Museu Paulista durante a gestão de Hermann von Ihering (1850 – 1930), entre 1894 e 1916. A partir do levantamento da história das aquisições de coleções etnográficas e antropológicas, da análise dos escritos de Ihering no âmbito das ciências do homem e do exame de fontes primárias salvaguardadas em arquivos da Alemanha e do Brasil, argumenta-se que é possível compreender o posicionamento político-científico de Ihering para com os povos indígenas do Brasil. Espera-se assim contribuir para o conhecimento de uma faceta pouco explorada da história do Museu Paulista, e, de forma mais abrangente, para a historiografia da antropologia e da ciência no país.
“…Era, sim, a do Arquivo Histórico, criado pelo mesmo Taunay -autor, diga-se de passagem, de uma obra copiosa, toda ela basicamente fundamentada em fontes escritas. 29 Além dessas fontes, segundo Mattos, o apuro visual de Taunay contribuiu para que, em sua matemática de culto à história política do estado, estivesse contido um gosto e apreço para elementos decorativos, entre os quais as obras de arte de cunho histórico eram fundamentais 30 . Além do próprio monumento à Independência do Brasil, obra de Ettore Ximenes que possui suas próprias particularidades, Taunay iniciou uma operação que contou com o remanejamento do acervo artístico e histórico do museu, como também com a encomenda de inúme-ras obras para alicerçar a narrativa que tanto lhe convinha.…”
ResumoO presente artigo busca analisar as principais linhas interpretativas sobre a tela Partida da Monção de Almeida Júnior, de 1897, elaboradas pelo Museu Paulista da Universidade de São Paulo. Para isso, optamos por acompanhar as linhas críticas que filiam a obra ao movimento bandeirante e seus desdobramentos, do incipiente Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo aos principais divulgadores da história paulista, entre a confecção do quadro aos primeiros anos da segunda metade do século passado.
Palavras-chave: Almeida Júnior, Museu Paulista, BandeirantismoPartida da Monção: ways of reading the bandeirante myth
AbstractThis paper seeks to analyze the principal interpretive writings about the canvas painting called Partida da Monção by Almeida Júnior, dating from 1897, prepared by the Paulista Museum of the University of São Paulo. In order to do this, we opted to accompany the critical writings, by the incipient Historic and Geographic Institute of São Paulo, provided for the principal circulators of Paulista (from the State of São Paulo) history, which affiliates the work of art to the expeditionary movement and its unfolding happenings, from the date of the painting's confection and the first years of the second half of the XX century.
“…(ARGOLO, 1998 44 Além da Pinacoteca do Estado, outro museu paulista, o Museu do Estado foi criado pela LEI nº 200, de 1893. Segundo Ulpiano Bezerra de Menezes (1994), o Museu estava "[...] vinculado à Comissão Geográfica e Geológica, e cujo núcleo original se formara como a aquisição, pelo Conselheiro Francisco de Paula Mayrink e posterior doação ao Governo, em 1890, das coleções Sertório e Pessanha (MENEZES, 1994, (8)22, p. 574). O Museu do Estado, no seu regulamento de 1894 (ver DECRETO n° 249, 1894), apresenta no Artigo 1º, o seguinte texto "O Museu Paulista tem por fim estudar a história natural da América do Sul e em particular do Brasil, cujas producções naturaes deverá colligir, classificando-as pelos methodos mais acceitos nos museus scientificos modernos e conservando-as, ao alcance dos entendidos e do publico (ver DECRETO nº 249..., 1894.…”
Section: A Formação Dos Museus De Arte Públicosunclassified
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