Museu da Vida e seus públicos: reflexões sobre a zona de influência e o papel social de um museu de ciência

Abstract

Este artigo retrata o processo de definição da zona de influência do Museu da Vida, ou seja, das áreas do município do Rio de Janeiro de onde a maioria dos seus visitantes provém e cuja população é a base para a amostragem da pesquisa. Como resultados, este artigo faz uma análise sociodemográfica desse público e apresenta algumas de suas características relevantes. Essa definição de zona de influência, dentro da cidade do Rio de Janeiro, uniu conceitos de território e o conhecimento acumulado da proveniência dos visitantes do Museu da Vida. Definiu-se essa zona como uma área contínua do município do Rio de Janeiro que abrange Zona Central, Grande Tijuca, Zona Norte e Grande Jacarepaguá. Nesta zona de influência, 1.296 pessoas responderam a um questionário autoaplicado, das quais 13% já haviam visitado o Museu da Vida. Em contraste com aqueles que nunca visitaram o Museu, o público que já o visitou é relativamente jovem, com uma discreta maioria de mulheres e com renda bem distribuída de acordo com a demografia local, porém com um grau de escolaridade maior que a média. Analisaram-se, também, hábitos culturais relacionados à busca de informação em ciência e tecnologia na infância; a percepção dos visitantes sobre a influência da visita ao museu; seu interesse, conhecimento e engajamento a respeito de temas de ciência e tecnologia e a forma como os visitantes lidam com notícias falsas em ciência. Essas análises permitem uma visão mais sistêmica da importância de um museu de ciência em uma região com baixíssima oferta de equipamentos de ciência e cultura.

Scientific communication and scientific literacy for the public perception of the importance of environmental quality for public health

“…Therefore, SL should be an important schooling outcome and a consensus goal for science education, involving a multitude of intellectual resources, including the ability to conceptualize phenomena and reason from a scientific epistemology and build scientific ideas and arguments consistent with those of the scientific community, by analyzing and interpreting data and evidence consistently and adequately (Brown et al, 2005). In this sense, museums, educational centers and developing education and communication interventions using simple and practical educational tools also display significant potential for the promotion of environmental and scientific literacy, as well as in addressing scientific misconceptions, controversial topics and dismissing fake news (de los Santos et al, 2018;Bevilaqua et al, 2020;Suarez-Fontes et al, 2022;Suldovsky et al, 2022). These actions can also comprise an efficient strategy to select structuring concepts and themes from the Natural Sciences for the development of scientific literacy processes, such as the theory of biological evolution and/or basic paleontology concept, among others (Estrup and Achiam, 2019;Plutzer et al, 2020).…”

Participação social e território: diálogos possíveis para a gestão sustentável do patrimônio cultural

“…The choice of population for the external group was based initially on the fact that Fiocruz is situated in the Manguinhos neighborhood and also has a close relationship with Maré, if we bear in mind the concept of territory used in this study. It was also based on studies on the visiting public published in Cadernos do Museu da Vida between 2009 and 2015, as well as on work on the museum’s region of influence, published in 2020 ( Bevilaqua et al, 2020 ), in which it was found that residents of neighborhoods in the North Zone of Rio de Janeiro are the ones who most visit the spaces and participate in the activities offered by the Fiocruz Museum of Life.…”

Interesses e discursos sobre a ciência: a expectativa da população que não frequenta museus de ciência

“…Os resultados aqui apresentados correspondem à análise de entrevistas que configuram dados qualitativos obtidos complementarmente dentro de um grande estudo realizado seguindo a metodologia presente em Falk e colaboradores Essas entrevistas foram coletadas junto com questionários autoaplicados em uma coleta de dados realizada nos finais de semana e feriados, no período de outubro de 2017 a abril de 2018 com 1496 sujeitos, maiores de 14 anos, em 19 espaços públicos de ampla circulação, como shopping centers, parques e áreas de lazer de bairros na zona de influência do Museu da Vida, no município do Rio de Janeiro (BEVILAQUA et al, 2020). A zona de influência do Museu da Vida inclui a Zona Norte, Zona Central, Grande Jacarepaguá e Grande Tijuca da cidade, região que engloba 56% da população carioca que em sua maioria (87,6%) tem renda familiar mensal inferior a 3 salários mínimos.…”