Mulheres na gestão universitária: a ótica de docentes de Minas Gerais

Abstract

Apesar de as mulheres estarem presentes em diversos setores do mercado de trabalho, podem, ainda, encontrar dificuldades, principalmente, no exercício da gerência, como em cargos de alto escalão. Nesse sentido, buscou-se, com esta pesquisa, compreender a percepção de docentes gestoras sobre as mulheres na gestão em universidades federais mineiras. Metodologicamente, realizou-se uma pesquisa de natureza qualitativa, por meio de entrevistas semiestruturadas com 18 docentes gestoras de universidades federais de Minas Gerais. Verificou-se que os papéis socialmente construídos para o homem e para a mulher podem influenciar nas relações de trabalho no contexto da gestão universitária. Percebeu-se que, para algumas docentes entrevistadas, no que se refere às mulheres em altos cargos hierárquicos, há uma visão equivocada de superação da desigualdade de gênero. Para outras, as desigualdades ainda estão presentes. Verificou-se, por meio das entrevistas realizadas, diversos conflitos no ambiente de trabalho que mostram as faces do preconceito e da discriminação na gestão universitária. Para lidar com tais conflitos, estratégias podem ser desenvolvidas no sentido de se adequar a uma figura que se espera em cargos gerenciais. Dessa forma, o exercício da gestão apresenta-se como um desafio para as mulheres, sobretudo, pela desigualdade de gênero.

Gestão universitária: uma revalidação dos fatores relacionados ao risco de adoecimento do trabalho

“…Existe uma ampla literatura que aponta para a notória atenção dada aos processos de trabalho gerenciais nas universidades (BOTELHO, 2018;PINTO et al, 2019;SIQUEIRA et al, 2019;DEWES;BOLZAN, 2018), uma vez que estão intimamente relacionados à ação gerencial. Portanto, a melhoria desses processos deve ser pensada juntamente com a qualificação e profissionalização dos gestores universitários.…”

“…Assim, a relevância desse trabalho está em revalidar o ITRA em um público pouco abordado nas pesquisas sobre os riscos de adoecimento: os gestores técnico-administrativos de uma universidade pública federal. A maioria dos estudos que versa sobre a gestão universitária no Brasil (por exemplo, BOTELHO, 2018;PINTO et al, 2019;SIQUEIRA et al, 2019;DEWES;BOLZAN, 2018), tratam sobre a gestão de docentes. Enquanto que os estudos nacionais que tratam sobre os riscos à saúde de TAE, abordam o tema predominantemente qualitativamente, além de não avaliarem os TAE como gestores na instituição.…”