“…Considerámos assim que, tendo em conta os objetivos do artigo, a análise de conteúdo se configurava como a técnica que melhor nos podia ajudar a recolher dados que nos permitissem entender o papel que o Facebook teve enquanto ambiente para a organização e a mobilização dos diferentes atores no período em análise, ao longo de uma semana compreendida entre 5 e 11 de junho de 2013.Definido o período de análise e o corpus a estudar, constituído neste caso pelos grupos/movimentos e as suas páginas de redes sociais, o passo seguinte, após a identificação da técnica de recolha de dados, passou pela sua operacionalização, o que neste caso implicou a definição de dimensões, categorias e unidades de análise.Para a construção dessa grelha foram consideradas duas dimensões centrais para este artigo: por um lado, as questões relativas à organização e à disseminação da informação, e por outro, os aspetos que dizem respeito ao funcionamento e à organização interna dos grupos, naquilo que considerámos a dinâmica organizativa do debate. Estas dimensões não foram escolhidas de modo aleatório, mas considerando trabalhos anteriores, como o deCarlos (2014), que procurou analisar "quais mudanças os movimentos sociais (...) vivenciaram em decorrência de sua inserção em arranjos participativos, no que concerne às dimensões organizacional, relacional e discursiva da ação coletiva" (p. 451). Neste sentido, as duas dimensões consideradas foram analisadas a partir de cinco indicadores, numa adaptação do modelo inicial desenvolvido por Dader e Cheng (2011) para a análise quantitativa e qualitativa das páginas na web dos partidos políticos em Espanha.…”