Mortalidade por Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Intermediária

Abstract

Fundamento: A importância prognóstica da classificação 'insuficiência cardíaca (IC) com fração de ejeção (FE) intermediária' permanece incerta. Objetivo: Analisar as características clínicas, comorbidades, complicações e mortalidade hospitalar e tardia de pacientes classificados em IC com FE intermediária (ICFEi -FE: 40%-49%) e comparar às daqueles em IC com FE preservada (ICFEp -FE > 50%) e IC com FE reduzida (ICFEr -FE < 40%) na internação por IC descompensada. Métodos: Coorte ambispectiva de pacientes internados por IC descompensada em unidade cardiointensiva. Foram avaliadas características clínicas, comorbidades, complicações e mortalidade hospitalar e tardia. Utilizou-se o software R, com significância de 5%, para a realização dos testes qui-quadrado, análises de variância, multivariada de Cox e curva de sobrevida de Kaplan Meier, além de técnicas de machine learning (Elastic Net, árvore de sobrevida). Resultados: Foram incluídos 519 indivíduos entre setembro de 2011 e junho de 2019, com média da idade de 74,87±13,56 anos, sendo 57,6% homens. Observou-se frequência de ICFEp, ICFEi e ICFEr de 25,4%, 27% e 47,6%, respectivamente. O infarto prévio foi mais frequente na ICFEi. O tempo médio de seguimento foi 2,94±2,55 anos, sem diferença estatística da mortalidade entre os grupos (53,8%, 52,1% e 57,9%). Na curva de sobrevida, não houve diferença entre os grupos ICFEp e ICFEi, nem entre ICFEp e ICFEr, mas houve entre os grupos ICFEi e ICFEr. Idade maior que 77 anos, IC prévia, história de readmissão, demência e necessidade de vasopressores foram associadas com maior mortalidade tardia na árvore de sobrevida. Conclusão: A FE não foi selecionada como variável associada a mortalidade nos pacientes com IC descompensada.

Prognóstico no uso da terapia de ressincronização cardíaca em pacientes portadores de Insuficiência Cardíaca

“…Nestes locais, ela afeta até 3% da população adulta e apresenta maior prevalência a partir da sétima década de vida. Já no Brasil, figurou, entre 2008 e 2017, como a principal causa de hospitalização devido a alterações cardíacas e vasculares (FERNANDES et al, 2020;DUTRA et al, 2022).…”

A Relação NUS/Cr Confere Pior Prognóstico em Todos os Espectros de Fração de Ejeção?

“…Alguns estudos não demonstraram diferença na mortalidade de acordo com a classificação baseada na fração de ejeção em curto e longo prazo. 11 Entretanto, sabemos que existem diferenças fisiopatológicas nesses espectros de FE, o que pode justificar o valor prognóstico da relação NUS/Cr, principalmente na IC com FE reduzida, uma vez que esses pacientes apresentam maior congestão sistêmica. Esse fator justificaria o aumento dessa relação.…”

“…Some studies have shown no difference in mortality according to the classification based on the ejection fraction in the short and long term. 11 However, we know that pathophysiological differences exist in these EF spectra, which may justify the prognostic value of the BUN/Cr ratio, especially in HF with reduced EF, since these patients exhibit greater systemic congestion. This factor would justify the increase in this ratio.…”

Coletânea de trabalhos acadêmicos do Grupo Estudantil de Ensino, Pesquisa e Iniciação Científica (GEEPIC) do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

“…E, por último, em 2016, a Sociedade Europeia de Cardiologia reconheceu um fenótipo distinto chamado IC com FE intermediária (ICFEi), em que a FEVE varia entre 40% e 49%. Em relação à resposta ao tratamento dos diferentes fenótipos de IC, ICFEi, ICFEp e ICFEr, observa-se prognóstico bom, intermediário e ruim, respectivamente (JORGE et al, 2021).Enfim, apesar do amplo conhecimento médico e científico acerca dos mecanismos fisiopatológicos da ICFEr e de medicamentos comprovadamente capazes de intervir em sua evolução, observa-se que esse fenótipo da doença ainda apresenta o pior prognóstico, principalmente quando comparada a ICFEi(DUTRA et al, 2022). Nesse viés, embora as diretrizes atuais considerem o teste de exercício cardiopulmonar (TECP) como ferramenta "padrão-ouro" para avaliação prognóstica da ICFEr(PONIKOWSKI et al, 2016; SBC, 2018), estudos recentes sugerem a existência de outros fatores possivelmente envolvidos na determinação da sobrevida e da qualidade de vida desses pacientes.…”