Mortalidade de profissionais de enfermagem pelo Covid-19 em 2020: Brasil, Estado Unidos, Espanha e Itália

Abstract

Objetivo: Analisar a mortalidade de profissionais de enfermagem (PE) pelo Covid-19 no Brasil (BRA), Estados Unidos (EUA), na Espanha (ESP) e na Itália (ITA) no primeiro semestre do ano de 2020. Método: Pesquisa exploratória, descritiva e de abordagem quantitativa. Os dados foram solicitados junto ao Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e disponibilizados pelo Conselho Internacional de Enfermeiras (CIE). Após a sua captação, os mesmos foram organizados no software Microsoft Excel 2016® pertencente ao pacote Microsoft Office 2016®, sendo implementada análise estatística descritiva. Resultados: Foi identificado o universo de 677 registros de óbito de PE até o dia 19/05/2020. O BRA registrou a maior preponderância contabilizando 20,2% (n=137) dos casos, seguindo pelos EUA com 13,4% (n=91), ESP com 7,4% (n=50) e ITA com 5,8% (n=39). Considerações finais: Foi verificado aumento na frequência de registros de casos de mortalidade de PE por Covid-19 no recorte geográfico e histórico analisados.

COVID-19: o impacto da doença na saúde dos profissionais de enfermagem / COVID-19: the impact of illness on the health of nursing professionals

“…Os profissionais de enfermagem estão diretamente expostos aos riscos de infecção por COVID-19, e o contágio no contexto laboral desses profissionais, pode ocorrer por diversos motivos, tais como: sobrecarga de trabalho, dificuldade de adesão ao uso dos EPI's, muitas vezes fruto do reduzido conhecimento em relação aos riscos ocupacionais, equipamentos inadequados, ou ainda, ausência ou inacessibilidade dos equipamentos para utilização, pela falta de uma estrutura física de qualidade (BENITO et al, 2020a). Miranda et al (2021) em seu estudo, semelhantemente como supracitado, encontrou na literatura como principais causas associadas: longas jornadas de trabalho somado com a falta de descanso laboral; o medo de se infectar e contaminar outras pessoas, tais como os pacientes, familiares e amigos; déficit de membros na equipe; Síndrome de Burnout; pressão psicológica; falta de apoio do empregador; insatisfação no trabalho.…”

“…E isso ocorreu porque o uso dos EPIs Portanto, assegurar que esses equipamentos cheguem aos trabalhadores que atuam no combate à pandemia é imprescindível e crucial (SOUZA et al, 2021). Por outro lado, também foi identificado junto à literatura científica, que parte da equipe de enfermagem teve uma reduzida adesão, no que se refere à adequada paramentação e desparamentação dos equipamentos de proteção individual (EPI), fazendo com que os riscos de contaminação continuem altos mesmo com o abastecimento dos EPI's (BENITO et al, 2020a).…”

“…Em relação a contaminação e mortalidade por sexo, foi identificado que houve predomínio nas profissionais de enfermagem do sexo feminino (BENITO et al, 2020a), o que corrobora com os dados apresentado em um artigo em que as coletas de dados ocorreram até o dia 5 de maio de 2020, no qual foram registrados 10.748 casos incidentes com diagnóstico de COVID-19. Destes, 82,70% correspondiam a números de casos entre profissionais do sexo Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v.5, n.1, p. 3753-3773, jan./feb., 2022 feminino (SILVA et al, 2020).…”

“…E isso ocorre pelo fato de a equipe de enfermagem ser estrutural, histórica e predominantemente feminina. Embora que nos últimos anos tenha ocorrido um aumento do número de homens na área (BENITO et al, 2020a).…”

Impacto da pandemia da Covid-19 na saúde mental dos profissionais de saúde

“…Aliada a isto, tem-se a exposição de materiais biológicos, procedimentos invasivos, vulnerabilidade à contaminação, agravando o estado emocional, podendo surgir idealização de suicídio. 18 No Brasil, para um melhor gerenciamento, foi criado pelo comitê do COREN/COFEN, em maio de 2020, o "Comitê de Crise COVID-19" e o "Observatório de Enfermagem", onde estão registrados os dados de profissionais infectados com o coronavírus, informados pelo serviço de saúde. Foram registrados 58.845 casos reportados e 89 óbitos.…”