Morbimortalidade hospitalar entre crianças e adolescentes por traumatismo intracraniano no estado da Bahia, Brasil

Traumatismo cranioencefálico em crianças e adolescentes no Brasil: Uma abordagem epidemiológica

“…No período avaliado neste estudo ocorreram 247.116 internações com 8.936 óbitos com uma taxa de mortalidade geral de cerca de 3,6%, comparativamente ao estudo de Santos et al (2020) na população infantojuvenil foi de 4%, entretanto, há indícios de subnotificação e preenchimento incorreto de Autorização de Internação Hospitalar (AIH) e de Declaração de Óbito (DO) o que pode incorrer em criação de falsos perfis epidemiológicos devidos aos óbitos de causas indefinidas, o que acaba por dificultar a criação de um plano estratégico de prevenção desses óbitos (Santos et al, 2020).…”

“…O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) é um processo de transferência de energia o qual o receptáculo se localiza na porção cefálica do indivíduo, levando a um processo contundente sobre o crânio do paciente que pode ocasionar danos ósseos ou sobre o tecido encefálico e/ou vascular e implicar com seus efeitos inflamatórios (Carvalho et al, 2007;Nascimento et al, 2020;Santos et al, 2020). Esse tipo de trauma é considerado como um importante causa de morbimortalidade na realidade brasileira, porém, com variações sobre o processo etiológico que levou ao TCE dependentes de faixa etária e gênero, a exemplo acidentes automobilísticos estão mais relacionados a indivíduos mais jovens, ao passo que quedas da própria altura que incorrem com TCE estão mais relacionados a indivíduos mais senis (Nascimento et al, 2020;Xenofonte & Marques, 2021).…”

“…Uma vez o paciente sendo avaliado pela escala acima dita é classificado em leve, quando a pontuação está entre 13 e 15; moderado, quando está entre 8 e 13; e, por fim, grave quando está menor que 8. Como dito, com o aumento da gravidade da lesão cerebrovascular aumentam as chances de complicações, como, edema cerebral com compressão do tecido nervoso ou compressão extrínseca do tecido vascular com isquemia secundária de tecido nervoso, herniação de porções encefálicas, óbito, entre outras (Magalhães et al, 2017;Santos et al, 2020).…”

“…Além disso, quando é falado de TCE na população infantojuvenil -população cuja faixa etária varia de 0 a 18 ou 22 anos, a depender da literatura -os estudos mostram-se mais escassos ainda, com epidemiologia obscura e causas etiológicas pouco debatidas -agressão física, quedas de altura, violência urbana, acidentes automobilísticos -, porém estudos evidenciam um taxa de mortalidade secundária ao TCE na faixa de 75% (Carvalho et al, 2007;Vale e Silva et al, 2018;Santos et al, 2020;Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica, 2020). Nessa questão ainda carece de entendimento sobre como o organismo e as conexões neurais dessa população se comportam aguda e cronicamente em relação ao dano causado pelo trauma (Santos et al, 2020). Segundo o estudo de Quevedo, o TCE neste grupo etário mostra que o TCE é a causa da maioria dos traumatismos que levam ao óbito, sendo esses responsáveis por ¾ dos óbitos na infância (Quevedo, 2009).…”