RESUMONo presente trabalho foram estudadas a variação sazonal da transpiração, de uma floresta tropical, e sua dependência com fatores bióticos e abióticos. Utilizaram-se dados do projeto CARBOPARÁ, parte integrante do Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), coletados na reserva florestal de Caxiuanã, região nordeste da Amazônia. A evapotranspiração total num intervalo de 39 dias para o período chuvoso foi 108,2 mm, com valor médio de 2,9 mm dia -1 , enquanto, durante o período menos chuvoso, a evapotranspiração total num intervalo de 29 dias foi 128,8 mm, com média de 4,3 mm dia -1 para o período. Os valores máximos da condutividade de superfície (C s ), nos dois períodos, ocorreram às 08:00 hl, sendo estes valores de 0,060 m s -1 e 0,045 m s -1 para o período chuvoso e menos chuvoso, respectivamente. A condutância aerodinâmica média (C a ) foi 0,164 m s -1 e 0,210 m s -1 , para os períodos chuvoso e menos chuvoso, respectivamente. Os valores máximos da C a observados para os períodos chuvoso e menos chuvoso foram, respectivamente, 0,220 e 0,375 m s -1 . Verificou-se que C s guarda uma relação exponencial inversa com o déficit de vapor de água atmosférico, para diferentes intervalos de irradiância solar global. A análise horária do fator de desacoplamento sugere que a evapotranspiração, durante a manhã, tem um maior controle realizado pela disponibilidade de energia, quando comparado ao período menos chuvoso. Durante a tarde verifica-se que o dossel da floresta progressivamente tende a estar mais acoplado à atmosfera, para ambos os períodos estudados, demonstrando maior controle superficial na transpiração.
PALAVRAS -CHAVESTranspiração, Condutâncias da Superfície e Aerodinâmica, Fator de Desacoplamento.
Control mechanisms of the seasonal variation of transpiration in a northeast amazonian tropical rainforest ABSTRACT