A dengue é uma doença causada por um arbovírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Nas áreas urbanas, a falta de planejamento ambiental e a desigualdade das condições socioeconômicas favoreceram o aumento dos casos da doença, mesmo em locais com clima mais variável, como o sul do Brasil. Em 2001, houve a introdução de A. aegypti na cidade de Porto Alegre, RS. Objetivou-se correlacionar casos de dengue autóctones com variáveis socioeconômicas e ambientais em Porto Alegre. No período de janeiro a julho de 2013 monitoraram-se 712 armadilhas para mosquitos adultos, em 22 bairros da cidade. Para análise de variáveis ambientais, recorreu-se aos dados de cobertura e uso do solo para cada bairro amostrado, conforme as seguintes classes: cobertura vegetal (árvores, arbustos e herbáceos), água e uso humano (outros usos). Utilizaram-se como variáveis, a cobertura e uso do solo, precipitação, temperatura, renda média e a densidade populacional por bairro. Aplicou-se a análise de regressão múltipla para avaliar a importância de cada fator em relação ao número de fêmea e casos relatados. Os resultados indicam que a precipitação não influenciou significativamente o número de fêmeas coletadas, mas a temperatura tem uma relação significativa. O número de fêmeas coletadas eleva-se com o aumento da temperatura. A análise de regressão múltipla indica que a variável dependente (número de casos) foi significativamente influenciada pelo número de fêmeas (p = 0,0420), a cobertura vegetal (p = 0,0005) e o uso antrópico (p = 0,0003). Palavras-chave: Cobertura e uso da terra; ArcGis; geoprocessamento; processamento de imagens; vigilância ambiental em saúde.