Conforme a literatura, fatores ambientais, demográficos e socioeconômico têm contribuído para a manutenção dos altos índices de casos de dengue no Ceará. Além disso, a introdução de vírus como Chikungunya e Zika em 2014, agravou o cenário endêmico. Sendo assim, diante das condições favoráveis as endemias e a necessidade permanente de novos estudos para compreender o papel dinâmico das infecções por arboviroses no Ceará, o objetivo deste estudo foi avaliar fatores relacionados à maior incidência de arboviroses em cidades cearenses em 2021.Trata-se de um estudo realizado a partir dos dados divulgados pela Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Ceará (SESA). Foram selecionados entre os 184 municípios cearenses, as dez cidades com maior e menor incidência de arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti em 2021, gerando dois grupos e, por conseguinte, foram analisadas as variáveis densidade demográfica, pluviosidade, temperatura, índice de desenvolvimento humano (IDH), escolaridade, renda, mortalidade infantil, estabelecimento de saúde, número de médicos, disponibilidade de água potável, saneamento básico e coleta de resíduos domiciliares. Os dados coletados foram analisados no programa PRIZMA. Os resultados revelaram que os dez municípios com maior incidência de casos de arboviroses apresentam concentração populacional, temperaturas média e mínima, IDH, renda, mortalidade infantil, número de estabelecimentos de saúde, número de médicos, taxa de saneamento e de coleta de resíduos sólidos significativamente maiores quando comparado com os dez municípios com menor incidência. Entretanto, não houve diferença entre os grupos quando se avaliou a temperatura máxima e a pluviosidade. Portanto, sugerimos que órgãos e secretarias ligadas ao controle da dengue, assim como a comunidade intensifiquem as suas ações não somente durante a quadra chuvosa, mas atuem também durante todo o ano, visto que outros fatores contribuem para o aumento dos casos de arboviroses nas cidades cearenses.