Mais recursos, melhores resultados? As relações entre custos escolares diretos e desempenho no Ensino Médio

Abstract

Resumo Este artigo avalia as relações que os custos escolares diretos e a organização da oferta escolar têm com o desempenho de escolas públicas, aferido pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O estudo se baseia nos determinantes do desempenho escolar a partir do enfoque teórico do chamado “efeito-escola”. Trata-se de pesquisa quantitativa, com uso de regressões múltiplas e quantílicas, com modelo de dados em painel, de efeitos fixos. A amostra foi composta por escolas brasileiras, analisadas entre 2012 e 2015. Os resultados indicam que há grande oscilação nos custos escolares diretos entre unidades de uma mesma rede de ensino, sugerindo desigualdade na distribuição dos recursos financeiros; que os custos escolares diretos, no entanto, têm baixa capacidade de explicação dos resultados das escolas no Enem; que mais recursos não se traduzem necessariamente em melhores resultados em termos de desempenho escolar, sugerindo que a forma como são mobilizados (de maneira planejada e com propósito claro) é que pode constituir um diferencial na aprendizagem. Adicionalmente, o estudo propõe uma metodologia para apurar custos escolares diretos.

Modelo de avaliação de desempenho global para instituições de ensino básico públicas estaduais e municipais

“…Assim, como forma de contribuir com melhorias nestas instituições de ensino, é necessário que instrumentos gerenciais sejam aperfeiçoados a fim de que possam atender as necessidades organizacionais dando maior efetividade a avaliação e a gestão escolar, gerando práticas sustentáveis que poderão influenciar no desempenho acadêmico institucional, na aprendizagem dos estudantes e, em última instância, no impacto social das comunidades regionais e locais (Rocha & Funchal, 2019).…”

“…O estudo contribui com o debate sobre modelos de avaliação de desempenho organizacional na área educacional, em especial, no nível básico de ensino. Este setor, que carece de aperfeiçoamento nas políticas de gestão, ainda tem apresentado pesquisas escassas no campo da administração (Lugobini et al, 2013;Rocha & Funchal, 2019), já que grande parte das pesquisas nacionais tem dado ênfase no ensino universitário em níveis de graduação e pós-graduação (Galvão, Corrêa & Alves, 2011;Miake et al, 2017).…”

Custo corrente por aluno e desempenho acadêmico dos estudantes das universidades federais brasileiras

“…Uma explicação para a irrelevância dos custos por aluno sobre o desempenho do estudante pode ser o fato de que o impacto no desempenho do aluno iria além da quantidade de recursos da IES, ou seja, dependeria também de uma boa gestão de tais recursos (Rocha & Funchal, 2019).Além disso, Pike et al (2011) indicam que os níveis de gastos das instituições de ensino superior teriam uma maior relação com o desempenho dos estudantes nos anos iniciais do curso. Assim, uma vez que a proxy de desempenho deste estudo foi o Enade, quem e de o conhecimento cumulativo do estudante em seu curso, outros resultados poderiam ser obtidos por meio da utilização de diferentes medidas de desempenho dos estudantes nos anos iniciais do curso.…”

Conselhos curadores em instituições federais de ensino superior na região sul brasileira: como estão organizados?

“…Para verificar se os conselhos estão em condições de cumprirem seu papel, Allebrandt (2003) sugere que é preciso analisar variáveis no processo de sua criação e funcionamento, quais sejam: se natureza consultiva ou deliberativa, sua constituição, o conselho como espaço de representação ou de participação, autonomia, efetividade e eficácia dos conselhos, publicização das decisões e capacitação dos conselheiros. O estudo justifica-se pelo fato de os gestores lidarem com inúmeras mudanças, refletindo no modo de gerir os recursos públicos, com a sociedade exercendo mais controle e buscando otimização nos resultados (ROCHA et al, 2019). Um colegiado pode contribuir com esse processo e promover maior confiabilidade nos atos administrativos.…”