“…Lilia vem nos legando trabalhos incontornáveis sobre a organização social, cultural, racial e política do país no pós-Independência, especialmente no período imperial e nos inícios da República, chamando a atenção para a centralidade da escravidão nas formas de se organizar as relações sociais e de se imaginar a sociedade brasileira, seja na imprensa, na literatura, nas artes ou no debate científico (Schwarcz, 1993(Schwarcz, , 1998(Schwarcz, , 2017a(Schwarcz, , 2017b(Schwarcz, , 2017c. André, por sua vez, cruzando as perspectivas da sociologia política e da sociologia da cultura e da literatura, vem trazendo um olhar original sobre o modernismo como movimento cultural, bem como sobre o caráter potente, aberto e democratizante da atuação de Mário de Andrade nesta rede de comunicação complexa e descentrada que é o modernismo em movimento (Botelho, 2019(Botelho, , 2021Botelho & Hoelz, 2016, 2018. Além disso, Lilia e André são pesquisadores da área de pensamento social no Brasil (Schwarcz & Botelho, 2011), especialização dedicada à intensificação da comunicação entre os textos do passado, isto é, das gerações intelectuais que nos antecederam, e os nossos horizontes contemporâneos de ref lexão -e "comunicação" aqui não quer dizer "atualização", mas a produção ativa de ressonâncias e dissonâncias, proximidades e distanciamentos.…”