2018
DOI: 10.25091/s01013300201800020009
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Macunaíma contra o Estado Novo: Mário de Andrade e a democracia

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“…Na quarta, aquela que, talvez, seja a principal questão teórica trazida pela discussão dos movimentos culturais para o campo mais vasto dos movimentos sociais e da mudança social, a do aprendizado social e do controle político da mudança cultural. Por questões de espaço e também por serem amplamente conhecidas e trabalhadas na fortuna multidisciplinar do modernismo, inclusive por mim mesmo em diferentes trabalhos (Botelho, 2005;Botelho e Hoelz, 2016;2018;Hoelz, 2015), apenas indicarei a seguir as duas primeiras dimensões e suas implicações para nossa questão. Na sequência, o ensaio desenvolverá as duas outras dimensões indicadas e ainda não trabalhadas pela fortuna.…”
Section: Introductionunclassified
“…Na quarta, aquela que, talvez, seja a principal questão teórica trazida pela discussão dos movimentos culturais para o campo mais vasto dos movimentos sociais e da mudança social, a do aprendizado social e do controle político da mudança cultural. Por questões de espaço e também por serem amplamente conhecidas e trabalhadas na fortuna multidisciplinar do modernismo, inclusive por mim mesmo em diferentes trabalhos (Botelho, 2005;Botelho e Hoelz, 2016;2018;Hoelz, 2015), apenas indicarei a seguir as duas primeiras dimensões e suas implicações para nossa questão. Na sequência, o ensaio desenvolverá as duas outras dimensões indicadas e ainda não trabalhadas pela fortuna.…”
Section: Introductionunclassified
“…Lilia vem nos legando trabalhos incontornáveis sobre a organização social, cultural, racial e política do país no pós-Independência, especialmente no período imperial e nos inícios da República, chamando a atenção para a centralidade da escravidão nas formas de se organizar as relações sociais e de se imaginar a sociedade brasileira, seja na imprensa, na literatura, nas artes ou no debate científico (Schwarcz, 1993(Schwarcz, , 1998(Schwarcz, , 2017a(Schwarcz, , 2017b(Schwarcz, , 2017c. André, por sua vez, cruzando as perspectivas da sociologia política e da sociologia da cultura e da literatura, vem trazendo um olhar original sobre o modernismo como movimento cultural, bem como sobre o caráter potente, aberto e democratizante da atuação de Mário de Andrade nesta rede de comunicação complexa e descentrada que é o modernismo em movimento (Botelho, 2019(Botelho, , 2021Botelho & Hoelz, 2016, 2018. Além disso, Lilia e André são pesquisadores da área de pensamento social no Brasil (Schwarcz & Botelho, 2011), especialização dedicada à intensificação da comunicação entre os textos do passado, isto é, das gerações intelectuais que nos antecederam, e os nossos horizontes contemporâneos de ref lexão -e "comunicação" aqui não quer dizer "atualização", mas a produção ativa de ressonâncias e dissonâncias, proximidades e distanciamentos.…”
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“…Desta forma, a escolha pela hereditariedade nos levaria a lançar luz mais para as expressões culturais antropofágicas canônicas ou para versões consagradas da antropofagia e menos pelos diversos usos que ela teve em contextos distintos -que é o propósito deste trabalho. Até porque, alguns dos pressupostos das ciências sociais de estudos de artefatos simbólicos que guiam a nossa pesquisa são os de que (i) as ideias e objetos artísticos têm uma vida e um funcionamento que vão para além de seu contexto (Brandão, 2005, p. 238); (ii) artefatos intelectuais e artísticos são forças sociais e políticas que oferecem interpretações as quais forjam significados e sentidos para a vida social e para as disputas políticas e intelectuais que a constitui (Bastos, 2002;Brasil Jr., 2015;Schwarcz & Botelho, 2011;Brandão, 2005;Ricupero, 2011) e (iii) objetos simbólicos, em geral, não podem ser entendidos apenas como autorretratos interessados de intelectuais e artistas sobre si, que visavam alçar posições nos mercados de postos e forjar estratégias para atingir melhores posições na relação as classes dirigentes, como em Miceli (2001;, dado que, pela sua dinâmica social e politicamente conflitiva, tais objetos não deveriam ser subsumidos pelas trajetórias intelectuais e institucionais de seus feitores (Botelho & Hoelz, 2018).…”
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“…Assim, o sociólogo reafirmaria perspectiva presente em seu livro Intelectuais e classe dirigente, qual seja: de que uma sociologia da cultura e dos intelectuais deveria ter em vista não propriamente um estudo sociológico dos artefatos simbólicos produzidos e sim estes enquanto resultados de trajetórias singulares nas quais dever-se-ia fisgar os perfis de investimentos em atividades intelectuais e as estratégias para uma melhor inserção em relação às classes dirigentes e no crescente mercado de postos e posições entre 1920 e 1945 -principalmente as relações destes intelectuais com o Estado Novo (Miceli, 2001). Emprestando raciocínios de Bomeny (2001;, Botelho (2020) e Botelho & Hoelz (2018), que lançam mão de outra forma de feitura da sociologia da cultura e dos intelectuais, acreditamos que este raciocínio é parcial por três razões. O Estado Novo não era um monólito, dado que, dentre outras coisas, envolveu a colaboração conflitante de intelectuais de esquerda e de direta.…”
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