Este artigo investigou o comprometimento das disciplinas dos currículos de Ciências Agrárias (Engenharia Agronômica e Engenharia Florestal), Gestão Ambiental e Administração da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ - USP), com a formação acadêmica do extensionista rural, sob a perspectiva da Lei de ATER, nº 12.188/2010. Trata-se de estudo interdisciplinar entre a área das ciências ambientais, suas distintas dimensões (política, social, histórica e cultural) e o campo da educação. A hipótese básica deste estudo é que a cultura institucional da ESALQ, pautada pela sua própria história e atrelada àquela da fundação da Universidade de São Paulo (USP), influencia a construção de uma estrutura curricular com forte fundamentação produtivista e elitista, propiciando um viés formativo para os futuros agentes da assistência técnica e extensão rural, que poderão atuar tanto na esfera pública quanto no particular. Por meio de um processo metodológico idiossincrático entre a pesquisa bibliográfica e a teoria da Análise Crítica do Discurso (ACD) foram encontrados elementos de capital cultural inerentes ao contexto histórico e sociopolítico da USP e da ESALQ, que influenciam formas específicas de conhecimento no delineamento dos respectivos currículos.