O presente artigo foi concebido para discorrer sobre as atividades do GESP (Grupo de Extensão de São Pedro) junto aos agricultores familiares do Alto da Serra de São Pedro. A noção de agricultura multifuncional é mobilizada para esta análise, que é fundada na experiência de quase trinta anos de ações do GESP. Este trabalho da extensão universitária contribuiu com a sólida organização do grupo de agricultores, o que levou a uma grande participação de suas famílias nas dinâmicas sociais, econômicas e políticas locais.
A industrialização da agricultura brasileira, iniciada na década de 1970, teve como externalidades negativas o esvaziamento populacional, degradação do solo, aumento das emissões de carbono, migração em massa para os centros urbanos, marginalização social. A partir da década de 1990, no contexto internacional das discussões sobre desenvolvimento sustentável, surge o conceito de multifuncionalidade da agricultura (MFA). Pautado na defesa de que a agricultura tem funções tais como a fixação das pessoas nos territórios, preservação e manutenção dos serviços ecossistêmicos e ordenação do equilíbrio social, acreditamos que este conceito favorece a discussão em prol de novos paradigmas produtivos mais sustentáveis. Palavras-chave: Economia agrícola – Produção – Brasil. Desenvolvimento sustentável.
Este artigo propõe diálogos sobre a formação cidadã e a construção de uma cultura de procedimentos democráticos para a universidade pública brasileira, inserida no século XXI, comprometida com a ética, a justiça e a sustentabilidade socioambiental. É fruto de uma dissertação sobre os limites e potencialidades do ambiente educacional de uma Instituição pública de Ensino Superior localizada interior do estado de São Paulo, a ESALQ – USP. Um processo metodológico idiossincrático e a triangulação de dados e fontes foram utilizados para articular as perspectivas teóricas da etnografia e da Análise Crítica do Discurso. A principal suposição é a de que o ensino, a pesquisa e a extensão ainda permanecem sob a dimensão técnica, deixando de lado questões políticas e sociais, como a segurança alimentar e a questão agrária, notadamente a reforma agrária.
A Pandemia de Covid-19 suscitou discussões em torno da temática central da valorização da vida em detrimento da busca desenfreada por lucro. Revelou a precariedade dos sistemas agroalimentares baseados na agricultura industrial.Garantir que todos tenham as mesmas oportunidades, conviver em comunidade e partilhar o excedente são valores cultivados pelas primeiras comunidades cristãs. Este artigo se propõe a revisitar os valores cristãos de solidariedade e partilha, propondo alternativas de habitação planetária pautadas por eles, relembrando, principalmente, a Carta Encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco, de 2020. Trata-se de priorizar o bem-estar das pessoas e não o capital. Palavras-chave: Sistemas Agroalimentares. Pandemia de Covid-19. Fratelli Tutti. Abstract The Covid-19 Pandemic raised discussions around the central theme of valuing life at the expense of the unbridled search for profit.It revealed the precariousness of agri-food systems based on industrial agriculture. Ensuring that everyone has equal opportunities, living in community and sharing the surplus are values cultivated by the first Christian communities. This article proposes to revisit the Christian values of solidarity and sharing, proposing alternatives for planetary living based on them, recalling mainly the 2020Pope Francis’ Fratelli TuttiEncyclical Letter. It's about prioritizing people's well-being over capital. Keywords: Aagri-food Systems. Covid-19 Pandemic. Fratelli Tutti.
Este artigo investigou o comprometimento das disciplinas dos currículos de Ciências Agrárias (Engenharia Agronômica e Engenharia Florestal), Gestão Ambiental e Administração da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ - USP), com a formação acadêmica do extensionista rural, sob a perspectiva da Lei de ATER, nº 12.188/2010. Trata-se de estudo interdisciplinar entre a área das ciências ambientais, suas distintas dimensões (política, social, histórica e cultural) e o campo da educação. A hipótese básica deste estudo é que a cultura institucional da ESALQ, pautada pela sua própria história e atrelada àquela da fundação da Universidade de São Paulo (USP), influencia a construção de uma estrutura curricular com forte fundamentação produtivista e elitista, propiciando um viés formativo para os futuros agentes da assistência técnica e extensão rural, que poderão atuar tanto na esfera pública quanto no particular. Por meio de um processo metodológico idiossincrático entre a pesquisa bibliográfica e a teoria da Análise Crítica do Discurso (ACD) foram encontrados elementos de capital cultural inerentes ao contexto histórico e sociopolítico da USP e da ESALQ, que influenciam formas específicas de conhecimento no delineamento dos respectivos currículos.
Atualmente, as sociedades ao redor do mundo têm enfrentado as externalidade negativas da agricultura industrializada. Deparamo-nos com um colapso ambiental e social que tem afetado a todos os grupos humanos. Mesmo que os níveis do impacto sejam diferentes para cada contexto social, somos todos povos autóctones, no sentido da vulnerabilidade diante da escassez hídrica, do aumento da temperatura, da Pandemia de Covid-19. Pautados pela Antropologia, buscamos nesse texto discutir em que medida a agricultura industrializada, que se tornou hegemônica no ocidente, é apenas uma forma de se fazer e entender a agricultura. Trata-se de acreditar que a defesa deste ou daquele modo de fazer agricultura tem como base a cultura de cada sociedade. Nesse sentido, a Antropologia ajuda-nos a compreender que outras formas de cultivar e habitar o planeta são possíveis e viáveis.
Fazendo referência ao Cântico do Irmão Sol, de São Francisco de Assis, que integra e sacraliza a relação entre todos os seres viventes, o Santo Padre Francisco publica, em 2015, a Carta Encíclica Laudato Si’, “Sobre o Cuidado da Casa Comum” – a natureza. Este artigo apresenta as externalidades positivas da agricultura familiar no Brasil, no âmbito socioeconômico e ambiental, como exemplo da viabilidade do amor humano para com a natureza, esta “casa comum”.
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