Os processos de arenização encontrados no sudoeste do RS, Brasil, são um fenômeno único, localizado entre as unidades geomorfológicas da Escarpa do Planalto de Uruguaiana e a Depressão Periférica. Os areais se constituem como produto do intemperismo destas formações e que lhes confere uma condição geomorfológica particular. O presente trabalho tem por objetivo estabelecer relações entre a arenização, seu aproveitamento turístico enquanto patrimônio geomorfológico e os conflitos ambientais ocasionados pelo modelo econômico dominante. Dentre os areais que podem ser identificados na região, o do Cerro da Esquina possui condições de exploração turística, pois permite que parte da “memória da Terra” seja compreendida a partir da sua observação. O potencial dos areais enquanto patrimônio geomorfológico para o desenvolvimento do turismo pode ser avaliado a partir de diferentes aspectos: (i) a compreensão do próprio processo, ou seja, o que são os areais e como surgiram; (ii) a sua vinculação no contexto da bacia hidrográfica do arroio Inhacundá, dentro da qual, se passa por diferentes compartimentos, até chegar aos relevos testemunhos, associados às formações sedimentares (Botucatu e Guará), aos areais e às turfeiras nos fundos dos vales de seus tributários; e (iii) a beleza cênica do conjunto paisagístico da região. Nesta perspectiva, questiona-se a implantação da monocultura silvícola, a qual interfere no processo de conservação do patrimônio geomorfológico, reduzindo o potencial geoturístico apresentado pela região.