“…Embora a literatura sobre o testemunho (Benjamín, 1970;Levi, 1990Levi, , 2003Semprún, 1997;Agamben, 1998;Pollak, 2006;LaCapra, 1994;Caruth, 1995) assinale as dificuldades e obstáculos na capacidade de narrar aquilo que os sobreviventes viram ou viveram nos campos de concentração, também reconhece que o ato de testemunhar pode assegurar ou verificar a existência de fatos atrozes frente a uma vontade totalitária que procurou negar todos os vestígios. Apesar dos impedimentos para sobrelevar os efeitos traumáticos da violência que pesa sobre os sobreviventes, para integrar narrativamente as vivências dolorosas passadas e, inclusive, para recriar as condições sociais e culturais de uma escuta coletiva, o valor do testemunho reside em que contribui nos trabalhos da memória social com uma narrativa que surge da experiência vivida em "carne própria" (Jelin, 2002: 33).…”