“…Segundo Liebeschuetz (2015, p. 20-22), as críticas desses autores atingiam, por um lado, o tratamento e a análise documental realizados pelos especialistas, que consideram o conjunto dos testemunhos cristãos, em razão dos relatos pessimistas destes últimos à luz das perseguições deflagradas à época do governo de Décio (249-251), como evidência da crise; e, por outro, a concepção de homogeneidade dada a todas as regiões do império, quando, na verdade, é possível constatar que alguns territórios sequer sentiram os impactos da crise. Klaus-Peter Johne e Udo Hartmann (2008Hartmann ( , p. 1025Hartmann ( -1053, propondo uma visão mais equilibrada sobre esse contexto, somam mais argumentos ao debate, declarando que, embora a crise do século III d.C. tenha existido, isso não significa pensar que tenha englobado "um cataclismo em todas as regiões do império", observando que, entre 235 e 284, "houve diferentes fenômenos de crise". Ademais, ao fazer eco aos argumentos de Strobel e Witschel, Johne e Hartmann (2008, p. 1033, 1039-1040, 1046, 1049) Alföldy (1939, p. 165-193), a crise se instala a partir do governo de Décio (249-251) e se estende até o processo de estabilidade que começará com a ascensão de Aureliano (270-275).…”