Atualmente há um número crescente de pesquisas sobre migrações forçadas, isto é, sobre a mobilidade humana em contextos de conflito armado e de violação massiva de direitos humanos. Contudo, ainda são escassos os estudos sobre a mobilidade interna, ou seja, o deslocamento interno forçado de pessoas, e a imobilidade, ou o não-movimento, em meio a esses mesmos cenários. Neste sentido, a partir da problemática colombiana, o presente artigo tem como objetivo analisar a questão do confinamento forçado de pessoas, enquadrando-a teoricamente no subcampo das migrações de crise. Assim, por meio de uma análise teórica e do levantamento bibliográfico de dados secundários acerca do estado da arte do tema em estudo, é evidenciada a relação entre mobilidade e imobilidade humana forçada no país. Além disso, destaca-se: (i) como essa questão, que emerge em um contexto histórico de crise humanitária, é tratada nos ordenamentos jurídicos nacional e internacional; (ii) a interseccionalidade dessas afetações de direitos humanos; e (iii) como a dicotomia “escolha” versus “compulsoriedade” é passível de ser problematizada.
Recebido em: 07 mar. 2023 | Aceito em: 06 set. 2023.