“…Na sombra das tragédias de Mariana e Brumadinho, vemos que o olhar antropológico para problemas de extração de recursos, conflitos ambientais e a produção do capitalismo e suas tecnociências associadas envolve temas clássicos e contemporâneos da disciplina, necessários para enfrentar questões cada vez mais prementes, que colocam nossa existência no planeta em questão. Zhouri (2017), por exemplo, na introdução desse dossiê, propõe questões importantes para a antropologia da mineração que dialogam com a ACT na medida em que implicam questionar-se sobre grandes infraestruturas tecnológicas (de extração de recursos, por exemplo) e sua conexão com relações sociais de poder locais e globais, conflitos e disputas entre grupos. A autora indica também dilemas para a antropologia quando se insere nesses campos, que incluem, entre outros, a demanda por parte dos atores dessas arenas de conflito para que os/as antropólogos/as ajam como especialistas, consultores/as e mediadores/as.…”