RESUMO -Um dos principais gastos inerentes à cadeia produtiva da soja é a secagem dos grãos colhidos na lavoura (15-18% em base úmida) até a condição de armazenagem (11-12% em base úmida). Uma alternativa para redução dos gastos energéticos neste processo está na aplicação da operação periódica que pode levar a um menor consumo energético. Neste contexto, efetuaram-se experimentos de secagem de soja em leito fixo tanto em operação convencional quanto em operação periódica com o mesmo consumo energético, visando avaliar se há redução do teor de umidade final na operação periódica em relação à secagem convencional, caracterizando assim uma melhora no desempenho do secador. Para isso, foi utilizado um secador de leito fixo em escala de bancada, ao qual foi imposta a modulação na temperatura e na vazão do ar de alimentação. Os resultados obtidos revelaram que a operação periódica mostrou ser mais eficiente, pois as taxas de secagem foram maiores, o que pode levar a uma redução no tempo e no consumo energético do processo.
INTRODUÇÃOUma etapa fundamental durante a produção dos grãos é o processo de secagem que auxilia garantir as condições ideais de armazenamento para se evitar perdas e manter a qualidade do produto estocado. Contudo, o custo do processo de secagem na produção desses grãos é significativo. Biagi et al. (2002) argumentam que este processo necessita de alta demanda de energia calorífica e mecânica para o aquecimento e movimentação do ar. De acordo com Silva et al. (2000), a secagem em temperaturas altas pode consumir 60% ou mais do total de energia usada na produção de produtos agrícolas.Uma alternativa para redução dos custos do processo de secagem é a redução do gasto energético do processo que pode ser alcançada pelo uso da operação intermitente, a qual opera com as condições do ar como sua temperatura e vazão em regime transiente, ao contrário da operação tradicional que opera com o ar em condições fixas em regime permanente. A secagem com entradas transientes pode beneficiar o processo de secagem potencializando os transportes de massa e de energia envolvidos no processo. Segundo Chua et al. (2003), a secagem intermitente é benéfica para produtos cuja secagem é controlada pelos transportes difusivos internos no material, que é o caso da soja.É interessante optar por variar a energia fornecida ao sistema para este tipo de material cujos efeitos difusivos controlam a secagem, pois pode ocorrer de se fornecer uma quantidade