Objetivo: analisar a existência e a magnitude do contágio financeiro e das interdependências entre os mercados acionários da América Latina (Argentina, Brasil, Chile, México e Peru) e Estados Unidos.
Método: foram aplicados modelos autorregressivos vetoriais (VAR) sobre as séries históricas dos retornos dos índices das bolsas de valores em três períodos: pré-crise, crise e pós-crise.
Resultados: após estimados, observou-se que nos três subperíodos de amostra (pré-crise, crise e pós-crise) foram ajustados modelos vetoriais com diferentes níveis de defasagens, VAR(1), VAR(3) e VAR(1), respectivamente, mostrando que no período de crise as variáveis endógenas afetam o sistema de equações simultâneas por até três períodos de defasagens, e nas demais subamostras por apenas um período. Os principais resultados mostraram que: i) o período pré-crise financeira é caracterizado por níveis insignificantes de interdependência entre os mercados da América Latina e EUA; ii) no período de crise o mercado americano teve um poder de explicação da variância da maioria dos mercados latino-americanos; e iii) posterior a crise, os vínculos dos mercados dessa região com o mercado americano permaneceram existentes, porém em menor magnitude.
Contribuições: as evidências encontradas nessa pesquisa ampliam a literatura e apresentam novas evidências sobre a relação entre os mercados da América Latina e EUA. O papel do mercado americano sobre alguns mercados dessa região durante a crise, assim como as relações pós-crise não eram totalmente elucidadas pela literatura anterior.