Abstract:Uma antropologia da Cracolândia deve ser capaz de vincular os caminhos em torno do “fluxo” com as trajetórias tornadas possíveis pelos encontros de materiais e pessoas. Pouco se fala sobre o que move essas pessoas para formar conjuntos sui generis e sobre o que as atrai para o “fluxo”. Esta é a tarefa que procuramos empreender neste artigo. Para tal, empreendemos uma pesquisa de cunho etnográfico que nos aproximou da imaginação conceitual e das ações das próprias pessoas que habitam essas aglomerações urbanas.… Show more
Professora do Departamento de Antropologia da Unicamp, tem se dedicado à pesquisa etnográfica de vidas precárias e situações-limites, produzindo investigações transversais sobre pobreza, vulnerabilidade e marginalidade urbanas, tendo entre as especialidades empíricas as interfaces políticas da associação entre rua, drogas, periferias e dispositivos de assistência social, saúde pública e punição, como prisões e Comunidades Terapêuticas.A partir de longo trabalho empírico com usuários de crack em situação de rua, abordo aspectos referentes ao campo das sensações e emoções, especialmente situações e relatos que envolvem nojo, humilhação e vergonha. Embora de diferentes manifestações sensíveis e práticas, as emoções são elencadas por abordarem múltiplas práticas de rebaixamento, centrais para apreender como o repúdio é praticado e sentido e como ele modela, no diálogo com Judith Butler, quadros da comoção e políticas de reconhecimento.
Usuários de crack. Antropologia das emoções. Abjeção e reconhecimento.From long empirical work with homeless crack users, I approach aspects related to the field of sensations and emotions, especially in situations and reports that involve disgust, humiliation and shame.Although of different sensitive and practical manifestations, these emotions address multiple demotion practices, central to comprehend how repudiation is practiced and felt and how it models, in dialogue with Judith Butler, policies of affect and recognition.
Professor at the Anthropology Department at Unicamp, she has been dedicated to ethnographic research on precarious lives and borderline situations, producing cross-cutting investigations on poverty, vulnerability, and urban marginality, having among her empirical specialties the political interfaces of the association between the street, drugs, peripheries, and social welfare, public health, and punishment devices, such as prisons and Therapeutic Communities.From long empirical work with homeless crack users, I approach aspects related to the field of sensations and emotions, especially in situations and reports that involve disgust, humiliation and shame. Although of different sensitive and practical manifestations, these emotions address multiple demotion practices, central to comprehend how repudiation is practiced and felt and how it models, in dialogue with Judith Butler, policies of affect and recognition. Crack users. Emotion anthropology. Abjection and recognition.
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