Instituições Participativas E Evidências Híbridas: Deliberação, Relações Fecundas E Ecologia De Saberes

Abstract

A literatura sobre políticas públicas baseadas em evidências (PPBEs) tradicionalmente enfatiza a conexão (e a influência) de evidências científicas no ciclo de gestão de políticas públicas. No entanto, mais recentemente, o diálogo entre a PPBE e as diferentes abordagens epistemológicas que emergiram nas últimas décadas no campo de análise de políticas públicas tem aberto espaço para a inclusão de uma perspectiva contextual, para que outras lógicas e saberes possam também ser considerados evidências (

Bapi

“…(Texto para Discussão, n. 1378 A literatura sobre participação social levanta diferentes dimensões da contribuição do processo participativo na produção das políticas públicas. Seja como método de diálogo para a produção de acordos operacionalizáveis (Habermas, 2002), seja como meio para explicitação de conflitos e reconhecimento de identidades dentro do exercício democrático pluralista (Fischer e Gottweis, 2013;Mouffe, 2010), ou, ainda, como recurso informacional e cognitivo para lidar com os limites da racionalidade instrumental no processo decisório (Landemore, 2012;Pallett, 2020;Fonseca et al, 2022), sustenta-se que as experiências de interação participativa entre Estado e sociedade precisam ser investigadas, especialmente em um momento de intenso questionamento sobre seu papel e de ataques às institucionalidades participativas constituídas nas últimas décadas (Fonseca et al, 2021;Fonseca et al, 2022;Neves, 2022;Barros, 2022).…”