Início Da Marcha Na Mielomeningocele: Uma Revisão Integrativa.

Abstract

Introdução: A mielomeningocele é uma má formação do sistema nervoso central, onde ocorre a falha do fechamento do tubo neural. Doença congênita, multifatorial, devido de deficiência de ácido fólico. Crianças com este diagnóstico podem apresentar dificuldades urológicas, ortopédicas, neurológicas, entre outras. A marcha pode iniciar em torno de dois anos de idade dificultando o aprendizado motor. Objetivo: Revisar na literatura atual o início da marcha independente e as intercorrências que podem acometer as crianças com mielomeningocele. Materiais e Métodos: Revisão integrativa. Foi realizada busca nas bases de dados PubMed, Lilacs, Scielo, Google Acadêmico, do início das bases até dezembro/2018. A busca compreendeu os descritores “open bífida spine” “myelomeningocele”, “gait”, “child” associados a seus termos sinônimos e seus equivalentes em inglês. Resultados: Encontrou-se 50 estudos, 35 foram selecionados para análise detalhada, após, oito foram incluídos na revisão. Os dados levantados pela grande maioria das pesquisas concluíram que o segmento mais afetado é a coluna lombar baixa. As intercorrências mais comuns foram úlceras de pressão, luxação de quadril, infecção urinária, fraturas e deformidades Conclusões: Todos os estudos relatam um início atrasado da marcha independente das crianças com MMC em relação às crianças típicas. O início vai depender do nível medular da lesão. A média encontrada foi três anos para lesão lombar baixa e quatro para a torácica. As alterações mais encontradas foram: escoliose, adução de quadril, joelhos fletidos, pés equinos e contraturas que estão relacionadas a assimetria da marcha, fraturas de fêmur e tíbia, luxações de quadril e deformidades nos pés.

Tratamentos fisioterapêuticos para as malformações na mielomeningocele

“…A Equoterapia que utiliza auxílios com animais como cavalo com sua marcha desassociada para estimular o sistema nervoso central. É também uma terapia complementar no tratamento da mielomeningocele com o objetivo de aquisição do controle cervical, controle de tronco, ajustes posturais, melhora dos tônus, melhora do equilíbrio estático e dinâmico, aperfeiçoamento da coordenação motora, melhora da marcha, ganho de força muscular global, elevação da autoestima, melhora da concentração, avanço na aprendizagem e aumento da autonomia e melhora na socialização (Machado et al, 2019) A Hidroterapia que é também um método fisioterapêutico em imersão do uso da água aquecida e que utiliza dos princípios físicos da água que são: densidade, flutuação, empuxo, pressão, turbulência e tensão superficial. A hidroterapia se junta com a Cinesioterapia que é o tratamento pelo movimento, seja ele passivo ou ativo, de forma livre ou resistida .…”

Importância da fisioterapia na função motora em crianças portadoras de mielomeningocele

“…A média de idade para o início da marcha é de dois anos e meio após o treino de deambulação. Quanto mais cedo começar a estimulação melhor será o resultado (Machado, et al, 2019). Além disso, Oliveira, et al, (2019) relata que, indivíduos com MMC possuem também um déficit de estatura associado com a perda das funções dos músculos inferiores, reduzindo o gasto energético.…”

“…De acordo com Machado, et al, (2019) a órtese sólida tornozelo-pé (AFO) é normalmente indicada para crianças com MMC, pois colabora para diminuição do grau de dorsiflexão, e favorece a marcha da criança com lesão elevada. Destaca-se também a importância do uso de muletas canadenses e andador, como auxílio para a marcha.…”

Efeitos da prescrição de órtese no indivíduo com Mielomeningocele

“…intervenção cirúrgica e o uso de dispositivos auxiliares 7 . De acordo com a revisão integrativa, a aquisição da marcha em crianças com MMC depende do nível medular da lesão, e a média de idade encontrada foi de três anos para lesão lombar baixa e quatro para a torácica 9 . Nos estudos incluídos, foi apresentado uma criança que iniciou a marcha aos 12 meses, porém com várias quedas quando não utilizava órtese, com lesão em L4, e os demais participantes apresentavam idades entre 7-24 anos, com lesão em T12, L2, L3, L4 e L5, porém sem relato de quando iniciaram a marcha.…”

“…Devido às alterações musculoesqueléticas que acompanham as crianças com MMC, elas podem apresentar atraso na deambulação, comparado às crianças com desenvolvimento típico, e disfunções na mesma, isso por causa de encurtamentos musculares, deformidades ósseas, fraqueza muscular, alterações sensório-motoras, sempre levando em consideração o nível da lesão, sendo que, quanto mais alta, mais afetada será a função dos membros inferiores 7,8 . Segundo uma revisão integrativa, onde se relata que crianças com MMC adquirem a marcha tardiamente em relação às crianças típicas, sendo que essa aquisição dependerá do nível medular da lesão 9 . A média encontrada foi 3 anos para lesão lombar baixa e 4 anos para a torácica.…”