“…Nas discussões sociológicas é consensual a ideia de que vivemos em sociedades de risco (Areosa, 2008;Beck, 1992), fato que tem levado ao desenvolvimento de diferentes análises e múltiplos olhares, sendo difícil encontrar consensos na sua própria deinição . Como defende Areosa (2008), trata-se de uma questão bastante complexa, de difícil deinição e objetivação, onde os seus limites e fronteiras são difíceis de delimitar "visto que a sua noção se converte em múltiplos signiicados e conotações sociais" (Areosa, 2008: 1 Segundo Hespanha (2002), o risco pode ser analisado a partir de duas perspetivas: por um lado, a ideia do risco associada ao dinamismo e à mudança social, sendo o risco um fator indispensável para que tal ocorra; por outro lado, a ideia que o risco implica incertezas nem sempre controláveis, sobretudo num contexto de economia mundializada. Frade (2009) sugere também que, numa perspetiva sociológica do risco, é necessário identiicar duas abordagens distintas: as que adotam uma conceção objetiva do risco e as que o consideram como uma construção social, "apesar de quase nenhum cientista defender hoje estes paradigmas no seu estado puro" (Frade, 2009: 55).…”