Abstract:Durante a realização da Conferência Mundial sobre Alimentação, em 1974, os governos participantes defenderam o direito inalienável de todo homem, mulher ou criança estar livre do risco da fome e da desnutrição para o desenvolvimento de suas faculdades físicas e mentais. Quase trinta anos depois, os presentes ao Segundo Fórum Mundial de Alimentação, realizado em 1996, comprometeram-se com o conceito de Segurança Alimentar para todos e com a erradicação da fome, reduzindo-se o número de desnutridos à metade até … Show more
“…Na Cúpula Mundial da Alimentação, em Roma, diversos dirigentes de países, entre eles o Brasil, firmaram um compromisso de reduzir pela metade o número de pessoas famintas até 2015. Porém dados apresentados no Segundo Fórum Mundial de Alimentação (2002) indicam que a cada ano o número de desnutridos cai oito milhões e, para que o compromisso firmado na Cúpula Mundial da Alimentação seja cumprido, esta taxa de redução deveria ser de, pelo menos, 22 milhões por ano (BELIK, 2003;DOMENE, 2003).…”
“…Na Cúpula Mundial da Alimentação, em Roma, diversos dirigentes de países, entre eles o Brasil, firmaram um compromisso de reduzir pela metade o número de pessoas famintas até 2015. Porém dados apresentados no Segundo Fórum Mundial de Alimentação (2002) indicam que a cada ano o número de desnutridos cai oito milhões e, para que o compromisso firmado na Cúpula Mundial da Alimentação seja cumprido, esta taxa de redução deveria ser de, pelo menos, 22 milhões por ano (BELIK, 2003;DOMENE, 2003).…”
“…Nesta perspectiva, a Segurança Alimentar e Nutricional passou a ser entendida como uma estratégia para o desenvolvimento social, sendo a principal proposta de política na área de Alimentação e Nutrição (CNBB, 2000). Atualmente, a epidemia da obesidade e as elevadas taxas de doenças crônicas não-transmissíveis são preocupações importantes em Saúde Pública e acometem cada vez mais indivíduos de todos os estratos sociais (Domene, 2003). Inquéritos nutricionais realizados nas últimas três décadas revelaram que a tendência secular da desnutrição é de decréscimo, mas a ocorrência de situações paradoxais, em que se observa simultaneamente o déficit nutricional ou excesso de peso é uma realidade em regiões de alta e muito alta vulnerabilidade social, como observado por Domene e col. (1999) em moradores de bolsões de pobreza em Campinas e por Sawaya (1997) em famílias das favelas do município de São Paulo.…”
O propósito deste artigo é analisar as práticas acerca da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) entre os representantes (n = 23) das instituições integrantes de um Centro de Referência em SAN, localizado na região do Butantã, município de São Paulo. Utilizou-se a metodologia qualitativa e o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) para a análise dos discursos, obtidos por meio de entrevistas. Verificou-se que 56,5% da população estudada foi classificada não-técnicos e 43,5%, técnicos. Contribuíram para a construção dos DSCs, 45 respostas relacionadas às ações e 33, às percepções. Os resultados apontaram que a ação mais citada pelos não-técnicos foi o "preparo e a distribuição das refeições" (41,6%); pelos técnicos foi a "orientação e os cursos para comunidade" (28,5%). Para o significado encontrou-se: "alimentar de modo atrativo, sem deixar faltar nada" (35,3%) pelos não-técnicos e "possibilitar às pessoas conseguirem os alimentos de que precisam" (37,4%) pelos técnicos. Observou-se que os técnicos acreditam que SAN é um conceito de vários componentes, como o direito humano à alimentação e à capacitação das pessoas para terem acesso a esses alimentos, assim desenvolvem atividades que coadunam com esse pensamento. Os não-técnicos acreditam que SAN é uma alimentação que atende as necessidades nutricionais tanto quantitativas quanto qualitativas, emocionais e sociais, executando ações de acordo com essa percepção. Nesse sentido, essas diferenças de percepções e das práticas realizadas podem gerar conflitos, pois a comunidade e as instituições envolvidas não integram as ações. Assim, notou-se uma congruência entre as práticas e as percepções em SAN, porém não houve uma concordância entre o discurso de técnicos e não-técnicos.
“…Os resultados desta pesquisa são consistentes com dados de alguns estudos realizados pelo IBGE (as pesquisas de orçamento familiar -POFs), além de outros de caráter regional sobre o consumo alimentar no país (IBGE, 1996;GALEAZZI;DOMENE;SICHIERI, 1997;CONDE, 1999;IBGE, 2004;MOLINA, 2005).…”
Section: Discussionunclassified
“…Em São Paulo, a renda familiar dobrou entre os anos de 1980 e 1990, o número de famílias com baixo poder aquisitivo caiu 50% e a escolaridade materna cresceu em 1,5 anos. Contudo, a tradução dos indicadores nutricionais e de saúde em um país com dimensões territoriais tão grandes e diversidades regionais tão marcantes, encobre realidades locais que apresentam particularidades, com ilhas de riqueza e a continuidade de situações de risco em bolsões de pobreza, observando-se claramente a interferência do fator renda quando os dados são desagregados (DOMENE, 2003).…”
Section: A Transição Nutricional No Brasil E As Pesquisas Nacionais De Consumo Alimentarunclassified
Dedico este trabalho aos meus pais, Edson e Valdeti que compreenderam e apoiaram, ao estilo de cada um, a importante decisão de sair de minha cidade natal e buscar crescimento pessoal e profissional. Ao companheiro sempre presente e muito paciente, Inedilson Anelli, cuja sensibilidade e carinho me auxiliam nos obstáculos que a vida nos convida a enfrentar. À grande amiga/irmã Viviane Cunha Cardoso, pela companhia, pelos sábios conselhos e, principalmente, por possuir uma linda e rara qualidade: autenticidade. À Maria Luiza Junqueira com quem dividi momentos ímpares de minha vida, dos quais sinto saudade. Pessoa que me ensinou que "permitir-se" é também viver. AGRADECIMENTOS À Espiritualidade onipresente que trabalha incessantemente para modificar a atmosfera espiritual em que habitamos e nos convidam a evoluir um dia após o outro. À minha orientadora Profª Drª Rosane Pilot Pessa Ribeiro cujo profissionalismo é digno de respeito e admiração e com quem pude estabelecer vínculos de confiança e amizade baseados na transparência e humildade do ser humano que é. Ao Prof. Dr. William W. Dressler (Bill) pela oportunidade de podermos trabalhar juntos e aproveitar dos momentos valiosos em que esteve no Brasil compartilhando de forma generosa sua experiência profissional e seu carisma pessoal. Ao Prof. Dr. José Ernesto dos Santos e à Profª Drª Rosana Aparecida Spadoti Dantas pelas oportunas considerações ao trabalho no Exame de Qualificação e na análise da pro-forma. À Profª Drª Cláudia Benedita dos Santos e ao Prof. Dr. Moacyr Lobo da Costa Júnior pelo apoio e sugestões na análise estatística deste trabalho.
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