Inclusão escolar, permanência e direito à aprendizagem: estudo sobre trajetórias e desempenho escolar em uma escola municipal

Abstract

ResumoA política de inclusão escolar de pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação vem se consolidando no Brasil, especialmente, a partir dos anos 2000. Constata-se a ampliação das matrículas desse alunado na classe comum e a implantação de políticas com o fito de garantir-lhes direito à aprendizagem e o acesso a níveis mais elevados de ensino. O objetivo deste artigo é analisar processos de escolarização de duas alunas com deficiência intelectual, matriculadas em uma escola pública paulistana avaliada por profissionais do sistema de ensino como de boa qualidade. Esta é uma condição imprescindível à inclusão escolar e, quando ausente ou precária, coloca-se como justificativa para resultados insatisfatórios na escolarização desse alunado. A descrição analítica foi elaborada a partir de estudo minucioso das fontes documentais (legais e pedagógicas) disponibilizadas pela instituição e pelo sistema de ensino e, também, das entrevistas semiestruturadas com a professora das salas de recursos e com a coordenadora pedagógica. Observou-se que o acesso à matrícula ocorre como o previsto, porém, quando se consideram as necessidades singulares dos alunos, em classe comum e no contexto institucional, as intervenções pedagógicas carecem de objetividade e de registros sistemáticos. Isso ocorre principalmente devido à ausência de um plano geral que individualize objetivos e metas de ensino para esses alunos, o que inviabiliza a avaliação de seu desempenho.Palavras-chave: Desempenho. Educação especial. Escolaridade. Inclusão escolar.

A colaboração na formação continuada de professores para contextos inclusivos e colaborativos

“…No Estado do Rio Grande do Norte, a formação continuada com vistas à educação inclusiva é uma necessidade apontada por diferentes profissionais da educação. A educação inclusiva vai além do acesso (da matrícula), implica na permanência, na participação e na apropriação dos conhecimentos; isso requer organização da escola e do ensino para contemplar as especificidades de aprendizagem dos estudantes (PRIETO, ANDRADE, SOUZA, 2017;CENCI, BASTOS, 2022).…”

Psicologia escolar e desenvolvimento Profissional Docente: tecendo diálogos com professores sobre educação inclusiva

“…Bueno, 2006Bueno, , 2008Buiatti, 2013;Garibaldi, 2017;Glat & Pletsch, 2011A. M. L. Padilha, 2015;Prieto, 2005;Prieto, Andrade, & Souza, 2017;Rodrigues, 2006;Skliar, 2003a;Veiga-Neto, 2011) discutem sobre a educação inclusiva e ressaltam, dentre outros aspectos referentes à efetivação da inclusão escolar, que o que está previsto na legislação em termos de propostas políticas diferencia-se sobremaneira do que se encontra nas práticas escolares, o que acirra ainda mais a exclusão. Rodrigues (2006) destaca que a educação inclusiva se tornou polêmica devido a esse distanciamento entre a legislação e as práticas escolares.…”

“…O princípio da educação inclusiva prevê não apenas o ingresso de todos os alunos na escola (dentre eles público-alvo da educação especial e demais estudantes historicamente excluídos do sistema educacional), mas a permanência com qualidade no processo de escolarização, com oportunidade de acesso ao conhecimento e desenvolvimento de suas potencialidades. (Prieto, Andrade, & Souza, 2017).…”