Imagem corporal de gestantes: um estudo longitudinal

Abstract

RESUMO Objetivos Comparar atitudes corporais, atitudes alimentares, sintomas depressivos, autoestima, ansiedade e índice de massa corporal (IMC) de gestantes em diferentes momentos ao longo da gestação, bem como verificar a influência que as variáveis estudadas exercem sobre as atitudes corporais no primeiro, segundo e terceiro trimestre gestacional. Métodos Foram incluídas 17 gestantes que frequentavam o exame pré-natal na cidade de Juiz de Fora-MG, entre 22 e 41 anos de idade (média de 30,76 ± 5,65 anos), excluindo-se aquelas com dados incompletos. Como instrumentos de avaliação utilizaram-se: Body Attitudes Questionnaire, Eating Attitudes Test-26, Beck Depression Inventory, Rosenberg Self-esteem Scale, a versão curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory e o questionário sociodemográfico. Ademais, foram coletados dados antropométricos e obstétricos. Foram realizadas análises estatísticas descritivas, comparativas e correlacionais. Resultados O IMC, as atitudes corporais negativas e a subescala “sentimento de gordura” aumentaram progressivamente ao longo da gestação (p < 0,01). As atitudes alimentares, os sintomas depressivos, a autoestima e a ansiedade-estado não diferiram estatisticamente nos três momentos avaliados (p > 0,05). Além disso, o IMC explicou 31% da variância das atitudes direcionadas ao corpo no primeiro trimestre, enquanto as atitudes alimentares foram responsáveis por 30% e 46% das atitudes corporais no segundo e terceiro trimestre, respectivamente. Conclusões As atitudes corporais, as atitudes alimentares, os sintomas depressivos, a autoestima e a ansiedade mantiveram-se constantes ao longo da gestação. O IMC e as atitudes alimentares influenciaram a imagem corporal em gestantes. Sugere-se a criação de instrumentos específicos a fim de um melhor entendimento das preocupações relacionadas ao corpo de gestantes.

Comparison of pregnant women from public and private health care: a psychological approach

“…The results of the regression analyses pointed out that eating attitudes and self-esteem were predictors of the body attitudes of pregnant women in both groups. Previous studies had already demonstrated the influence of eating attitudes 8,9 and self-esteem 6 in the body image of pregnant women. Nonetheless, in this study, the percentage that explains these variables on the BAQ was different according to the sector.…”

“…Moreover, external and internal structures may impact on the mental health of these women. 2,8 Consequently, it is important to pay attention to the pregnant women of the public sector in order to prevent emotional disturbances during this period of their lives. Regarding the anthropometric variables, a significant difference was observed regarding the age and BMI of pregnant women in both evaluated groups.…”

“…Therefore, current investigations have been trying to identify the relations between sociodemographic, anthropometric and psychological variables and the body image of pregnant women. [7][8][9][10] Therefore, the professionals who deal directly with this public have to be aware of intervening factors on body image, since they can impact negatively on the mothers' and children's health. [1][2][3]10 It is possible to mention the following adverse consequences: prenatal and postnatal depression, placental abruption, less maternal-fetal attachment, early breastfeeding interruption, clinical and obstetric complications for the mother, prematurity, and newborns with low weight .…”

O Excesso De Peso Na Perspectiva De Gestantes Assistidas Na Atenção Primária À Saúde De Um Município Da Região Do Norte Fluminense

“…e em risco de depressão pós-parto, 1 desconsiderando que no período gravídico possam surgir outros agravos que comprometam a saúde mental e a vivência da maternidade. 33 Sui, Turnbull & Dodd 34 identificaram variações nos níveis de autoestima entre gestantes de acordo com a paridade. Multíparas apresentavam maior insatisfação corporal que primíparas, e a justificativa seria o maior ganho de peso gestacional e IMC.…”

“…Também é nesse período que ocorrem mais queixas físicas, já que as transformações do corpo limitam a realização de atividades cotidianas; por isso, devem ser abordadas e monitoradas durante a assistência prénatal e puerpério. 33,36 Neste estudo, todas as entrevistadas se encontravam no período gravídico, e foram identificadas três referências aos agravos à saúde e incômodos relacionados ao ganho de peso excessivo e alteração das formas corporais: No relato abaixo, foi possível observar a aceitação do ganho de peso excessivo. De acordo com Meireles et al, 37 o período gravídico promove um estado de tolerância ao aumento da gordura corporal por algumas mulheres, expresso pelo uso dos termos "bom", "tranquilo" e "desencanada".…”