Idosos cuidadores de idosos: atitudes em relação à velhice, sobrecarga, estresse e sintomas depressivos

Abstract

A responsabilidade de cuidar de um idoso dependente normalmente recai sobre a família, e o número de idosos cuidadores está crescendo. As atitudes em relação à velhice, que referem-se a percepções pré-aprendidas que uma pessoa possui sobre características peculiares ao idoso, são importantes, pois podem interferir diretamente no modo de lidar com o outro. O objetivo geral deste estudo foi analisar quais fatores sociodemográficos, de saúde física e mental e de aspectos do cuidado estão associados às atitudes em relação à velhice, dos idosos cuidadores de idosos dependentes, residentes na área de abrangência das Unidades de Saúde da Família, de um município do interior paulista. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e exploratório, realizado com 313 idosos cuidadores de idosos dependentes. Para a coleta de dados, utilizaram-se um questionário de caracterização sociodemográfica, de saúde e de aspectos do cuidado, o Índice de Katz, a Escala de Lawton e Brody, o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), o Inventário de Sobrecarga de Zarit (ZBI), a Escala de Estresse Percebido (PSS), a Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15) e a Escala Neri de Avaliação de Atitudes em Relação à Velhice. Os idosos dependentes de cuidado tinham em média 74,0 anos, 68,7% eram homens, 68,4% independentes no Índice de Katz e 86,6% dependentes parciais na Escala de Lawton. Quanto aos idosos cuidadores, a média foi de 69,7 anos, 75,4% eram mulheres e 85,0% cuidavam do cônjuge. O escore médio nas escalas de avaliação foi de 17,7 na ZBI; 18,5 na PSS; 3,6 na GDS-15 e 22,9 no MEEM. Na avaliação funcional, 87,7% eram independentes no Índice de Katz e 57,5% dependentes parciais na Escala de Lawton. A pontuação média na Escala Neri de atitude foi de 3,0 pontos, a pontuação possível varia de 1 a 5 e quanto maior, mais negativas as atitudes. O domínio, desta escala, com pontuação mais negativa foi o Agência (3,2) e o mais positivo o Relacionamento Social (2,7). Na análise de regressão logística multinomial, as atitudes mais negativas em relação à velhice estiveram significativamente associadas (p≤0,05) à maior idade, morar na área urbana, tomar mais medicamentos por dia, cuidar de idosos dependentes (Índice de Katz), estar mais ou menos satisfeito com a vida e apresentar maiores níveis de estresse percebido. Menores níveis de escolaridade foram considerados fatores protetores para atitudes mais positivas. Evidencia-se a necessidade de políticas públicas voltadas à promoção de atitudes mais positivas em relação à velhice, com enfoque nos fatores a elas associados. Descritores: Idoso. Cuidadores. Atitude. Enfermagem Geriátrica.

Functionality and Attitudes in Relation to Aging of Elderly Women Practicing Physical Exercises

“…At the same time, they evidenced fear of dependence, loneliness, inactivity and death. Luchesi [23] also identified divergences between attitudinal domains in a sample with elderly caregivers. They reported more positive attitudes regarding social relationships and more negative attitudes toward agency.…”

“…Thorpe [20] evaluated 300 middle-aged adults aged from 49 to 51 years in New Zealand and the data showed an association between chronic noncommunicable diseases and attitudes towards one's own aging. It was also identified an association between attitudes regarding old age and self-reported physical health [21,22] and consumption of medicines [23].…”

Sociodemographic and health characteristics of formal and informal caregivers of elderly people with Alzheimer’s Disease

“…Considering the national scenario, similar data were presented in a study conducted in the interior of São Paulo State, Brazil, since the caregivers punctuated in this scale an average of 19.9%. 24 Beyond this, in the study of Silva et al (2018) the stress was reported by the most informal caregivers among the more prevalent symptoms. 20 According to the type and frequency of the activities used by the caregiver, there is the possibility of the establishment of stressful events, bringing adverse consequences in the life of this individual, such as the worsening of his quality of life.…”

Atitude de cuidadoras formais de idosas institucionalizadas sobre a velhice: efeito de uma intervenção educativa

“…As atitudes foram medidas pela Escala de Atitudes em Relação à Velhice (Neri, 1991). Este instrumento foi escolhido por ser validado e já ter sido utilizado em outros estudos acerca de atitudes em relação à velhice (Neri, & Jorge, 2006;Reis, & Ceolim, 2007;Ferreira, & Ruiz, 2012;Luchesi, 2015 3) Avaliação Pós-Intervenção: As atitudes em relação à velhice foram reavaliadas por meio da Escala de Atitudes (Neri, 1991).…”

“…Nos itens Deprimido x SP A dimensão Relações Sociais diz respeito a aspectos afetivo-emocionais envolvidos na interação social dos idosos; o relacionamento pessoal pode estar associado às características mais difíceis de serem modificadas, pois as relações interpessoais dependem de questões culturais, sócio-históricas, gênero, classe social, faixa etária, etnia, SPAlgo bem significativo neste estudo foi que uma das cuidadoras (C4) tinha sessenta e um anos; portanto, é uma idosa cuidando de outra idosa, sendo a única idosa deste grupo. Destaca-se que C4 foi a cuidadora que teve maior mudança de atitude positiva, contrariando os achados deLuchesi (2015), em que os idosos cuidadores tiveram atitude mais negativa, quando comparados a outros grupos da população avaliados pela Não sem razão, Lodovici e Concone (2019, p. 64) ressaltam que, nesta segunda década do século XXI, as questões do envelhecimento, da velhice estendida, "impõem-se à reflexão e às atuações tanto da sociedade civil, quanto das políticas públicas, e entidades privadas". Cordeiro e Vicente (2010), por sua vez, complementam sobre a formação de profissionais qualificados na área da saúde, que esta não pode se limitar à obtenção de conhecimentos técnico-científicos, mas engloba inclusive o desenvolvimento de competências ao nível da escuta, da comunicação, do respeito pelo direito de cada indivíduo ser sujeito da sua própria vida Vieira, et al (2011).…”